De BBC Brasil
Departamento de Estado americano diz que endossa a liderança de 'atores regionais', como o Brasil, na crise paraguaia
Os Estados Unidos pediram aos paraguaios que "ajam de forma pacífica,
 com calma e responsabilidade" em reação ao impeachment do ex-presidente
 Fernando Lugo nesta sexta-feira.
Em conversa com a BBC Brasil, um porta-voz do Departamento de Estado 
americano, em Washington, disse que a embaixada americana em Assunção 
está "acompanhando de perto" o desenrolar da crise política, e endossa a
 liderança de "atores regionais", como o Brasil, na questão.
"Pedimos aos paraguaios que ajam de forma pacífica, com calma e 
responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos do 
Paraguai", disse o porta-voz.
Mais cedo, antes de o Congresso confirmar a deposição de Lugo, o 
porta-voz havia lembrado os "compromissos do hemisfério com a 
democracia" - uma referência às cláusulas democráticas de organismos 
multilarais que poderiam implicar sanções.
O ex-presidente paraguaio foi destituído do cargo nesta sexta-feira 
em um processo "relâmpago", no qual a ação de impeachment foi iniciada e
 aprovada em um prazo de pouco mais de 24 horas.
'Devido processo'
A rapidez do ato e o curto prazo dado ao ex-mandatário para se 
defender receberam críticas de organizações como a União das Nações 
Sul-Americanas (Unasul) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Ambas as instituições possuem em seus regulamentos cláusulas para 
punir os países que não respeitarem os processos democráticos. Um dos 
artigos da Unasul prevê inclusive a possibilidade de fechamento das 
fronteiras com o Paraguai.
Antes do impeachment, a OEA havia manifestado sua preocupação com "o 
respeito ao devido processo de defesa" de Lugo, um processo "ao qual 
todo cidadão tem direito".
Em uma sessão especial na capital americana durante o dia, o 
secretário-geral da organização, José Miguel Insulza, expressou sua 
preocupação com a "transparência" do processo e disse que manteve 
contato permanente com Lugo e seu então vice - o agora presidente 
Federico Franco.
A entidade despachou para Assunção o seu representante permanente no 
Uruguai, John Biehl, para coordenar "um grupo de trabalho para 
acompanhar o conflito interno e ajudar em uma solução".
À BBC Brasil, o Departamento de Estado americano também falou em 
respeito à "transparência" e disse que endossa a visão de Insulza e de 
"líderes regionais", como o chanceler brasileiro, Patriota, na 
negociação da crise.
"Consistente com os compromissos do hemisfério com a democracia, é 
importante que a democracia paraguaia e as suas instituições de governo 
sirvam os interesses do povo paraguaio", disse o porta-voz.
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