
Assembleia Nacional francesa. 
(cc) Wikimédia/Richard Ying et Tangui Morlier
                  
O Partido Socialista conquistou hoje a maioria dos deputados 
da Assembleia Nacional francesa, com 291 deputados eleitos, de um total 
de 577 cadeiras, conforme a pesquisa de boca de urna do instituto Ipsos.
 É a primeira vez que os socialistas conseguem uma vitória tão 
expressiva desde 1981, quando François Mitterrand assumiu a presidência 
do país.
      
Com a vitória, o presidente François Hollande, eleito em 6 de 
maio, não precisará do apoio dos Verdes nem da Frente de Esquerda 
(esquerda radical) para aprovar os projetos que pretende começar a 
enviar ao Parlamento em julho. Os socialistas já dominam o Senado e a 
maioria das regiões e cidades, e agora com a maioria absoluta na 
Assembleia poderão viabilizar ao chefe de Estado o cumprimento de 
promessas de campanha como a reforma tributária, com uma maior 
tributação dos ricos, e a recuperação industrial. A maioria ainda vai 
permitir tomar medidas impopulares para cumprir o compromisso da França 
de reduzir o seu déficit abaixo dos 3% do PIB até 2013.Os resultados ainda são provisórios e variam conforme o instituto de pesquisa. No total, a esquerda obteve 341 cadeiras, de acordo com o Ipsos; 320, segundo o CSA; e 314, na apuração do Sofres. Já a direita, unida, teria conquistado entre 213 e 221 cadeiras. O ex-ministro das Relações Exteriores de Nicolas Sarkozy, Alain Juppé, reconheceu "a derrota da UMP", o principal partido de direita.
A votação, aberta às 08h (03h de Brasília), terminou às 20h (15h) nas grandes cidades. Os eleitores elegeram 541 deputados, que se juntam aos 36 eleitos no primeiro turno, no domingo passado. O primeiro turno foi marcado por um nível de abstenção recorde, de 42,7%, confirmado no segundo turno: 44,5%.
Apesar da vitória do partido, uma das caciques do PS, Ségolène Royal, acabou perdendo o seu mandato em La Rochelle, para o dissidente socialista Olivier Falorni. Embora abatida, a ex-mulher do presidente francês se dispôs a continuar na política e criticou a “traição política” do oponente. “Eu continuarei a pesar nas decisões da política nacional”, declarou.
Enquanto isso, o principal partido de extrema-direita da França, a Frente Nacional, conseguiu retornar à Assembleia depois de 14 anos e elegeu pelo menos dois deputados: a neta de Jean-Marie Le Pen, Marion Maréchal-Le Pen, de apenas 22 anos, e o advogado Gilbert Collard. A líder do partido, Marine Le Pen, foi derrotada pelo socialista Philippe Kemel.
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