terça-feira, 7 de agosto de 2012

Grécia pode colocar milhares de servidores públicos em reserva especial 07/08/2012

Salários seriam reduzidos para ajudar o governo a atingir a meta de cortar mais de € 4 bi em gastos orçamentários 


ATENAS - O ministro de Finanças da Grécia, Yannis Stournaras, afirmou hoje que o país pode colocar milhares de servidores públicos em uma reserva especial de trabalho com salários reduzidos, para ajudar o governo a atingir a meta de cortar mais 4 bilhões de euros nos gastos orçamentários.
Segundo Stournaras, o governo grego ainda precisa finalizar uma quantia significativa de cortes que fazem parte do pacote de austeridade de 11,5 bilhões de euros nos próximos dois anos, exigido pela troica de credores internacionais - formada por Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.
"Os números não são fáceis de encontrar; os 11,5 bilhões de euros são um número significativo e nós ainda não o alcançamos. Falta cerca de 3,5 bilhões a 4 bilhões de euros", comentou o ministro após se encontrar com o presidente grego, Karolos Papoulias, para informá-lo sobre os últimos desdobramentos econômicos e a recente reunião com a troica. O plano de austeridade precisa ser aprovado para que a Grécia obtenha a próxima parcela do segundo pacote internacional de resgate.
No acordo de resgate, a Grécia se comprometeu a demitir quase 15 mil servidores públicos até o fim deste ano, ou encontrar outra forma de reduzir o funcionalismo. Entretanto, os esforços anteriores para criar uma reserva especial de trabalho, com cerca de 30 mil empregados, ficaram bem aquém da meta. No fim, apenas mil servidores foram colocados nessa reserva, enquanto outros 9 mil tiveram as aposentadorias antecipadas.
Stournaras disse que não haverá demissões compulsórias de servidores públicos, mas afirmou que a ideia da reserva especial de trabalho ainda está sendo estudada. "Nós ainda estamos analisando esse assunto. As negociações estão em andamento e vão continuar até o fim de agosto", comentou.
O problema é que o plano da reserva especial de trabalho enfrenta forte oposição de um dos partidos da coalizão de governo, o Esquerda Democrática, liderado por Fotis Kouvelis. "Eu sou categoricamente contra isso, como fui desde o primeiro momento em que esse plano foi introduzido pelo governo anterior. Não é possível nós aumentarmos ainda mais o desemprego, que já é grande", comentou.
A troica deve voltar a Atenas no começo de setembro para concluir sua análise da economia grega e avaliar se o programa de reformas do país está "nos trilhos". "Nós precisamos continuar vivos até que a Europa encontre uma solução completa para o problema da zona do euro. Assim, nós precisamos prosseguir com essas medidas essenciais para a salvação da Grécia", afirmou o ministro Stournaras.

As informações são da Dow Jones.

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