Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Ministério Público precisa agora acelerar investigações sobre lavagem de dinheiro para evitar desbloqueio dos bens do contraventor, diz procurador Daniel Rezende, que prestou depoimento hoje à CPI, junto com a produradora Léa Batista
“Os bens somam R$ 167 milhões. São bens que se encontram apreendidos, sequestrados, e que estamos lutando para manter o sequestro”, disse o procurador. A operação foi deflagrada no dia 29 de fevereiro e resultou na prisão de Cachoeira. Ele continua encarcerado no presídio da Papuda, em Brasília.
Salgado revelou, contudo, que já tramitam na Justiça questionamentos em relação aos sequestros dos bens. A única forma de manter o sequestro dos bens, disse Salgado, é o próprio Ministério Público Federal acelerar as investigações com relação à lavagem de dinheiro. Esta é considerada pelos procuradores como uma segunda etapa das investigações.
Silêncio
Já Léa Batista de Oliveira afirmou na CPMI do Cachoeira que a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira não foi desarticulada. Segundo ela, isso está claro pela estratégia adotada pelos acusados, de permanecer em silêncio na comissão, e pelas ameaças a autoridades. Ela afirmou também que a parte empresarial do esquema ainda não foi atingida. "Enquanto não conseguirmos sufocar essa organização, em termos financeiros, ela vai continuar atuando, independentemente de o chefe estar preso ou não", disse.
Léa confirma que recebeu dois e-mails ameaçadores, procedentes de Anápolis (GO), que é "reduto" da família de Cachoeira. Além disso, disse que foi surpreendida com uma tentativa de visita a seu prédio às 5h45 da madrugada, por uma mulher, que não teve êxito. Sua equipe de segurança foi abordada por PMs e seu carro foi marcado.
A procuradora lembrou ainda que, no início deste ano, as escutas telefônicas mostraram que integrantes da quadrilha haviam descoberto que estavam sendo investigados. Sabiam o nome da operação da PF e a Vara Federal responsável pelas investigações, por isso foi preciso antecipar a deflagração da operação Monte Carlo. "O juiz responsável pelo caso ficou vulnerável e, por isso, tivemos de deflagar a operação antes da hora", afirmou.
Léa Batista disse que a organização tem atuação como máfia, seja pela forma estruturada de agir ou do código de silêncio pelos membros. "É uma organização criminosa armada, sofisticada, complexa e ousada com código de silêncio orquestrado", afirmou.
(Com informações da Agência Câmara)
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