
Manchete desta sexta-feira do jornal de
João Roberto Marinho acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Marco
Maia (PT-RS), de intimidar ministros do STF, quando o que está ocorrendo
no Brasil é justamente o contrário; charge traz ainda um "Papai Gurgel"
com um presente de Natal para os réus da Ação Penal 470: é Joaquim
Barbosa com a chave da cadeia
Brasil 247 - Duas capas desta semana do jornal O Globo foram
emblemáticas. A de terça-feira dizia que o Supremo não apenas cassava
parlamentares, como também advertia a direção da Câmara para que se
aquietasse. No dia seguinte, o Congresso não era mais tratado como um
poder independente, mas sim como um ente rebelado da República. A adesão
do Globo ao novo regime político que se instala no Brasil, a chamada
"supremocracia", fez com que o 247 colocasse a seguinte questão: "Será
que o Globo quer uma nova ditadura?" (leia mais aqui).
Pois a resposta é sim e está estampada na capa desta
sexta-feira do jornal da família Marinho, que acusa o presidente da
Câmara, Marco Maia (PT-RS), de intimidar ministros do STF, quando o que
está ocorrendo no Brasil é justamente o contrário. O Supremo, sim,
invadiu a competência do Poder Legislativo, ao violar o artigo 55 da
Constituição Federal e contrariar sua própria jurisprudência sobre o
tema (leia aqui
artigo de Renato Janine Ribeiro). E quem intimida o Poder Legislativo é
justamente o chefe do Poder Judiciário, Joaquim Barbosa, que ameaça
mandar a polícia invadir a Câmara dos Deputados, caso algum deputado
queira estar em seu gabinete num eventual momento de decretação de
prisão. Marco Maia apenas tem avisado que o Brasil "não é mais uma
ditadura" e que deputados só podem ser presos em flagrante delito ou
após o trânsito em julgado de uma ação – o que ainda não ocorreu.
Na capa do Globo desta sexta-feira, há também um "Papai
Gurgel" que traz um presente para os réus da Ação Penal 470: Joaquim
Barbosa com uma chave de cadeia. A prisão antes do trânsito em julgado,
além de ferir a jurisprudência do STF, viola a vontade do próprio
plenário da corte – que teria rejeitado a medida, caso ela tivesse sido
levada a voto na última segunda-feira.
Tempos de radicalização política se anunciam no dia do fim do mundo.
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