Por Leila Coimbra
RIO DE JANEIRO, 6 Set
(Reuters) - A defasagem dos preços dos combustíveis nas refinarias
brasileiras em relação ao mercado dos EUA está em 27 por cento, segundo
cálculos feitos nesta quinta-feira pelo Centro Brasileiro de
Infraestrutura (CBIE).
Os preços da gasolina nas refinarias do Brasil estão 27,2 por
cento mais baratos frente aos valores praticados nos Estados Unidos,
estimou o CBIE, e a defasagem do diesel está em 27,7 por cento.
Na semana anterior, a defasagem dos combustíveis estava maior por
conta da passagem do furacão Isaac pela área produtora de petróleo do
Golfo do México. O Isaac paralisou refinarias responsáveis por
aproximadamente 40 por cento da capacidade de refino de petróleo dos
EUA, provocando aumentos nos preços dos combustíveis no mercado
referência dos preços internacionais.
A gasolina estava 33 por cento mais barata nas refinarias do
Brasil na semana passada e o diesel estava com defasagem de 29 por cento
durante a passagem do furacão.
O CBIE calcula semanalmente as diferenças entre os preços
praticados no mercado doméstico e no internacional, levando em
consideração os valores dos combustíveis nas refinarias do Golfo do
México, utilizados como referência, e o câmbio.
Os preços dos combustíveis no mercado norte-americano, por sua vez, flutuam de acordo com as cotações do petróleo.
No Brasil, os preços se mantiveram inalterados no período porque
não seguem a volatilidade internacional, de acordo com a política do
governo, controlador da Petrobras.
Recentemente, o governo permitiu que a estatal aumentasse os
preços do diesel duas vezes nas refinarias, em 3,9 por cento e 6 por
cento, nos dias 25 de junho e 16 de julho, respectivamente.
A gasolina teve os seus preços reajustados apenas uma vez, em 7,83 por cento nas refinarias, em 25 de junho.
PERDAS
A defasagem entre os preços internacionais e os domésticos é uma
das causas das dificuldades financeiras da Petrobras, que reportou
perdas de 1,34 bilhão de reais no segundo trimestre, o primeiro prejuízo
trimestral da companhia em mais de 13 anos.
A estatal importa gasolina e diesel a valores mais altos para
atender à demanda crescente do mercado nacional, mas revende os
combustíveis a preços menores do que paga pelas importações.
(Reportagem de Leila Coimbra)
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