
Em Porto Alegre, José Dirceu diz que não desistirá de provar inocência. Foto: Tiago Machado PT-RS
Dirceu começou seu discurso somente após pousar para fotos com militantes de várias partes do Estado, que o aplaudiram e gritaram palavras de incentivo na sua chegada ao evento. “O Brasil de 2013 não é o Brasil de 2003”, disse o petista ao abrir seu discurso e afirmar que, a partir de agora, e após três vitórias eleitorais no país, o PT tem como desafios lutar pela reforma política, por mais qualidade na saúde e na segurança pública e pela redução de impostos. “O sistema eleitoral vigente hoje no país só existe aqui e na Finlândia. É preciso mudar e o PT tem de tomar a frente neste processo”, alertou.
Após citar avanços na educação e reivindicar, no futuro próximo, uma revolução no setor, Dirceu abordou a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Pregou respeito a ela, mas jamais concordância. “Foi um julgamento político de exceção marcado para coincidir exatamente com o período eleitoral. Se condenou sem provas, sem presunção de inocência. O julgamento foi transformado em um ato político para criminalizar não só o PT, mas política como um todo”, afirmou. Aprofundando a discordância quanto ao resultado do processo no Supremo, tratou especificamente do tema da compra de votos da base parlamentar, espinha dorsal das acusações e da condenação sofrida. “Não há uma testemunha e nem provas de compra de voto parlamentar, a não ser o depoimento do (ex-deputado federal) Roberto Jefferson. Nem mesmo os deputados do partido dele afirmaram isso”, disparou. Na última referência à condenação, disse que continuará lutando para provar inocência mesmo após o encerramento do caso. “Vou falar, vou percorrer o país para demonstrar isso”, salientou.
Críticas à imprensa nacional
Ao analisar a conjuntura política, teceu duras críticas à grande mídia nacional, à oposição e aos setores conservadores do país. “Eles querem produzir o ódio e a violência na luta política. Não podemos cair na provocação. É preciso cautela”, afirmou. Também defendeu a regulação da a mídia e não sua censura. “Regular a mídia significa ampliar o direito à informação, garantir o direito de resposta. Não vamos controlar e censurar a imprensa, porque fomos quem mais lutou para que ela fosse livre”, acrescentou.

“O
julgamento foi transformado em um ato político para criminalizar não só
o PT, mas política como um todo”, afirmou José Dirceu. Foto: Tiago
Machado PT-RS
Dirceu não deixou de falar do Presidente Lula, que nos últimos dias se tornou alvo da oposição por supostas relações com a ex-chefe do Escritório da Presidência da República, Rosemary Noronha. “A forma como agrediram o ex-presidente mostra a audácia e o preconceito que existe na luta política brasileira”. Sob o governo Dilma e o cenário econômico do país, fez previsões otimistas. “É evidente que a economia vai crescer de 3 a 4% no ano que vem, mesmo ainda com o cenário de crise externa. A aprovação da presidente, que já é alta, deverá aumentar”, previu.
Logo após discorrer sobre todos estes assuntos em cerca de 40 minutos, Dirceu deixou o encontro petista como chegou: sob intenso aplauso e apoio dos militantes e sob assédio dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas.
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