Anna Malm* - Correspondente do Pátria Latina na Europa
Novos esquadrões da morte estão usando os chamados “drones” como armas de execuções barbáricas.
Philip
Giraldi [1] ressalta que o assunto não se discute, que não se fala nisso
nos Estados Unidos. Pode-se então acrescentar que o assunto não se
discute não só lá de onde partem como também não se discute no resto do
mundo, onde os assassinatos de inocentes se multiplicam aos milhares.
Philip
Giraldi aponta para o fato de que se espera que as especificações de
alvos humanos para assassinatos premeditados – mais geralmente
conhecidas como listas de morte estabelecidas pelas sentenças de morte
decretadas pura e simplesmente pelo presidente dos Estados Unidos -
deverão continuar por aí assim como que pelos próximos dez anos. [1]
Ressalta-se
aqui que essas listas de pessoas a serem assassinadas não pressupõem nem
tribunal, nem advogados e nem nenhum juiz. São decisões que poderíamos
chamar de burocráticas. Pessoas que, ao que tudo indica, não mostram nem
vestígios de qualquer capacidade – se ínfima - para tanto, preparam o
material “jurídico” para as sentenças de morte.
O senhor
presidente dos Estados Unidos, o que toma a decisão final de uma
sentença de morte, poderia mostrar alguma qualificação por ser advogado,
mas o material que lhe chega às mãos é um material deturpado por muitas
e muitas mãos, maneiras de ser, ver e pensar, assim como de muita
qualificação moral a ser discutida e avaliada.
Depois temos
que sentenças de morte sendo estabelecidas e decretadas por uma só
pessoa, não se viu nem mesmo no tempo da Inquisição Espanhola. Pode ser
que na Roma de Nero isso lá pudesse acontecer, mas nos tempos modernos –
sem uma situação de guerra declarada oficialmente – nem Stalin se
atreveria a tanto. Ressalta-se então aqui que se trata de sentenças de
morte abrangendo simplesmente o mundo inteiro e não só os cidadãos do
próprio país executor.
Mas nos Estados Unidos de hoje isso não levanta nenhuma reação – nem violenta - nem popular – nem académica [1]
As listas de
morte já não se restringem a Casa Branca e ao Conselho de Segurança
Nacional, acrescenta Philip Giraldi. Essas listas de alvos especificados
ou a serem especificados para assassinato premeditado, já agora também
são manuseadas, tratadas e negociadas pelo Pentágono e pela Agencia
Central de Inteligência dos Estados Unidos, ou seja, pela CIA. [1].
Já também não
se precisa ser um doutor especializado em antropologia, sociologia ou
ciências sociais para compreender que o risco para manipulações ou erros
deve aumentar mais do que exponencialmente, ou seja, aumentará mais que
proporcionalmente, aumentando então de muito, dado o número de muitos
novos fatores agora a serem envolvidos no manejo das informações vindas
de muitas diferentes fontes, diferentes circunstancias, e em diferentes
períodos.
Philip
Giraldi ressalta que não se trata aqui de algo acontecido por acaso ou
de algo passageiro. O resolver situações inerentemente políticas com
assassinatos premeditados está tornando-se, na prática, a linha da
política exterior e de defesa dos Estados Unidos. [1]
No contexto
delineado acima precisa-se observar que há uma contradição básica no
apresentado oficialmente pela administração dos Estados Unidos. Ao mesmo
tempo em que há uma declaração de luta ao terrorismo, há uma prática de
cooperação com terroristas da Al Qaeda, entre umas tantas outras
organizações terroristas. Essa prática envolve financiamento, treino e
fornecimento de armamentos aos terroristas para fins estratégicos e
geopolíticos norte-americanos. Essa era a estratégia do General Petraeus
no Iraque. [2]
A mesma
estratégia estava, para quem quisesse observar, também a ser usada na
Líbia. Na Síria essa estratégia então já reluz por si mesma, sendo até
difícil de deixar de vê-la.
É muito
importante compreender, para que se possa combate-la melhor, que a
execução dos assassinatos faz-se através de “drones” carregados com um
material bélico muito pesado e destrutivo.
Orientando os
procedimentos estão o que os oficiais americanos veem e denominam como
times especiais de operação – ou times de operações especiais. [1] –
Isso é então o
que conhecemos como esquadrões da morte. São os esquadrões da morte, só
que agora numa forma mais sofisticada tecnologicamente, assim também
como com um maior raio de ação. Entretanto trata-se da mesma morte suja e
injustificável sendo feita através de uma tecnologia mais sofisticada e
com um alcance muito maior. Em realidade esses assassinatos são feitos
dentro de um perímetro global.
Hoje em dia
os assassinatos pelos esquadrões da morte não se fazem com metralhadoras
em terrenos baldios com os mortos sendo jogados em covas comuns, num
rio que por ventura passe por perto, ou nas profundezas do mar por um
helicóptero eventualmente disponível.
Que aqui não
se cometam enganos pensando-se que serão só os que evidentemente agem
como terroristas no Afeganistão, ou lugares similares, que em princípio
cairão nas bases de dados dos americanos, onde umas quatro-cinco
autoridades centrais e competentes tomam conta do assunto. Pode lá ser
que sejam quatro ou cinco, e que ainda por cima sejam muito competentes.
Entretanto,
essa atividade centralizada e competente divide-se em miríades de
incontáveis ramos de atividade mais diversificada e generalizada, assim
como por lá mais ou menos um milhão de divisões e subdivisões, tanto
estatais como particulares.
A isso se
soma então o esforço agregado de aliados como Inglaterra, Alemanha,
França, dos países escandinavos, e de não sei lá mais quem, a mandar
detalhes das nossas vidas quotidianas, pessoais e privadas, para uma
base de dados dos Estados Unidos, para futuros agrupamentos em
sociogramas. Lê-se teias, ou networks, de informação para uso
político-militar em ocasião propícia.
Que se
compreenda bem. O futuro chegou. Com um presidente americano reclamando a
si mesmo o direito de estabelecer quem viverá ou não nesse mundo já
chegamos ao fim da linha, e podemos afirmar - sem risco de estarmos
enganados- que o inferno existe, e é
aqui.
O mundo
entorpecido pela propaganda dirigida não compreende e não age. Mas
tem-se que se agir e é depressa. Há dois pontos na situação dos Estados
Unidos quanto ao uso dos drones como instrumento de assassinatos que
deveriam ser examinados em fórum internacional competente.
A comunidade
internacional deveria exigir duas coisas essenciais, talvez muito
diplomaticamente e talvez na ONU - já para não se exigir que se abram
inquéritos de crimes de guerra em tribunais tipo Nuremberg. Essas
exigências são:-
1)- que se
estipulem regras jurídicas internacionais para o uso dos drones como
armas de ataques assassinos, sendo que essas regras deveriam então
definitivamente excluir o uso dos mesmos como instrumentos letais - fora
de situações de guerra declarada.
2)- sendo
que as listas dos alvos humanos, a serem assassinados através desses
drones, abrangem território internacional, e sendo que essas
pessoas-alvos a serem assassinadas - lado a lado com seus familiares
inocentes - encontram-se em diversos países, temos que deveria que ser
exigido pela comunidade internacional que o governo dos Estados Unidos
explicasse aberta, clara e oficialmente, como as devidas evidencias
jurídicas para as sentenças de morte se apresentaram, e por quais
caminhos labirínticos os nomes colocados nas listas de morte dos Estados
Unidos lá chegaram.
Negar-se a
tanto com a desculpa de assuntos de segurança nacional não chega, porque
isso seria colocar a segurança nacional dos Estados Unidos acima da
segurança nacional da maioria dos países do globo, e isso uma comunidade
internacional, digna do nome, não deveria aceitar.
Mas, há aqui
um aspecto ainda muito mais crucial abaixo desse ponto – O aspecto
crucial que se overpõe a tudo o mais aqui, é muito simplesmente que não
há o que se discutir, uma vez que não se pode aceitar listas de morte
sendo deliberadas por nenhum sr. Obama, Wilson ou Petratouros.
Em resumo:
1) Estipular regras internacionais que proibam o uso de drones para ataques mortais fora de situações de guerra declarada.
2) Listas de
morte não podem ser aceitas pela comunidade internacional. Aqui não se
estipula nem mais um jota. É só basta e nada mais.
REFERENCIAS E NOTAS:
[1] Philip Giraldi, “Kill Lists Will Continue” , On November, 7, 2012 em www.antiwar.com -
Philip
Giraldi trabalhou durante muitos anos como especialista de
contra-terrorismo e como oficial da CIA em questões militares. Seus
artigos encontra-se em www.antiwar.com e
www.councilforthenationalinterest.org
[2] Prof. James Petras “Elite Intrigues and Military Purges: It’s Not About Sex, Stupid” –
www.globalresearch.ca
[3] Andrei Akulov, “UAV- Human and Legal Aspects” – www.strategic-culture.org
PARA UMA
ABRANGENTE APRESENTAÇÃO A RESPEITO DOS ASPECTOS LETAIS- JURÍDICO-
INTERNACIONAIS DOS CHAMADOS “DRONES” FAVOR VER O ARTIGO DE ANDREI AKULOV
[3] - APRESENTADO NO SITE www.bahnhof.se/wb224120 - EM PORTUGUÊS- COM O
TÍTULO “DRONES LETAIS ILEGAIS”. –
*Anna Malm – Licenciatura: Economia-Psicologia
Bacharelado: Ciência Política-Economia Nacional
Master’s Degree: Economics-Psychology
Bachelor’s Degree: Political Science- Macroeconomics
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