Bancada do PT na Câmara pede ao
Conselho Nacional do Ministério Público que investigue o vazamento do
depoimento prestado por Marcos Valério à procuradoria-geral da
República; audiência foi comandada por Claudia Sampaio, esposa de
Roberto Gurgel; se Valério corria risco de ser assassinado, quem vazou o
documento potencializou essa ameaça; advogado Marcelo Leonardo insinua
que vazamento partiu da PGR
247 - O Partido dos Trabalhadores e a
Procuradoria-Geral da República travam uma guerra de vida ou morte. Na
terça-feira, o PT sofreu o primeiro disparo, quando o jornal Estado de
S. Paulo divulgou um depoimento secreto de Marcos Valério à PGR, numa
audiência conduzida por Claudia Sampaio, esposa de Roberto Gurgel, e
pela procuradora Raquel Branquinho. Nessa audiência, Valério relatou ter
sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, braço direito do
ex-presidente Lula. "Tem gente no PT que acha que a gente deveria matar
você", teria dito Okamotto – o que foi negado por ele.
Nesta quarta, é o PT quem dá o troco. A bancada do partido
na Câmara anunciou pedido para que o Conselho Nacional do Ministério
Público investigue vazamento do depoimento prestado por Marcos Valério
em setembro. Existem apenas duas possibilidades: ou foi a PGR quem vazou
ou foi o próprio Valério, tentando tumultuar o processo da Ação Penal
470, no qual foi condenado a 40 anos de prisão.
Caso a primeira hipótese seja verdadeira, a falha da PGR
terá sido gravíssima. Valério dizia estar sendo ameaçado de morte. Ao
tornar pública a revelação, o Ministério Público, em vez de protegê-lo,
estaria potencializando a ameaça. Segundo insinuou o advogado Marcelo
Leonardo, que defende Valério, o vazamento partiu do MP. "Eu não tenho
nada a declarar sobre o conteúdo dessa matéria, porque cumpro meu dever
profissional de sigilo. Tem pessoas que não cumprem. Elas arquem com as
suas responsabilidades", afirmou Leonardo.
Esta seria a segunda tentativa do PT de enquadrar Roberto
Gurgel. No relatório da CPI do caso Cachoeira, o relator Odair Cunha
(PT-MG) sugeriu que o Conselho Nacional do Ministério Público
investigasse a prevaricação de Gurgel no caso do ex-senador Demóstenes
Torres, cuja investigação foi engavetada por dois anos. O relatório
ainda não foi votado.
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