quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Escândalo de manipulação de taxas abala três continentes 07/02/2013

Portal Vermelho

O escândalo da manipulação das taxas de juros atingiu três continentes nesta quarta-feira (06), quando o Banco Real da Escócia pagou 390 milhões de libras e confessou pelas acusações criminais de manipulação de preços nas especulações da Libor (taxa de juros de referência, de Londres).


Uma série de correios eletrônicos citados no acordado mostra uma cultura em que os funcionários se prestam a rapidamente alterar taxas em troca de jantares de luxo. A barganha do pleito com o Banco Real da Escócia (BRE) foi alcançada enquanto o Banco Holandês suspendeu cinco funcionários nesta quarta-feira, após uma investigação na equivalente da Libor na zona do euro.

Numa expansão maior do escândalo um negociante japonês acusou aos bancos que fazer submissões às taxas de Tóquio de operar um “cartel” para lucrar sobre os empréstimos para residências. O Japão tornou-se um foco particular para escrutínio depois que a subsidiária do BRE em Tóquio declarou-se culpada da acusação de fraude de remessas e concordou em pagar ao Departamento de Justiça dos EUA 50 milhões de dólares do total da multa.

A confissão do BRE de manipulação de preços se deu num acordo deferido pela promotoria com o Departamento de Justiça, como parte de um entendimento com a Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido e com a Comissão de Comércios Futuros de Commodities dos EUA.

Cerca de dez autoridades em todo o planeta estão sondando vinte das maiores instituições financeiras pela especulação da Libor, a Taxa Oferecida Interbancária de Londres, que determina mais de 350 trilhões de dólares em contratos globais, desde empréstimos estudantis até trocas com base em taxas de juros.

O acordo revelou problemas específicos entre os negociantes de derivativos ligados à Libor em ienes, a moeda japonesa. O banco suíço UBS, que concordou com uma multa de 1,5 bilhões de dólares em dezembro, também foi firmemente implicado na manipulação das taxas da Libor em ienes.

O regulador financeiro do Japão disse poder impor uma ordem de banimento do BRE, que poderia ir de alguns dias até seis meses, enfraquecendo significativamente a habilidade do banco de fazer negócios. A Agência de Serviços Financeiros começou a inspecionar o BRE Seguranças Japão em novembro, um porta-voz disse à revista Financial Times.

Novas acusações feitas por um dos principais negociantes do país, Hideto "Eddy" Takata, só sublinharam a expansão do alcance das questões que o regulador pode ter de confrontar. Takata disse, nesta quarta-feira (06) que os bancos japoneses estavam mantendo a Tibor (a taxa de referência de Tóquio) artificialmente alta para aumentar os lucros de produtos domésticos, como as hipotecas. Cinco bancos que submeteram taxas de empréstimo à Associação Japonesa de Banqueiros recusaram-se a comentar as acusações.

A multa do BRE é a segunda maior até agora, depois da imposta ao UBS. O Barclays aceitou a multa de 450 milhões de dólares em junho passado. Enquanto este perdeu seus maiores executivos como resultado, o presidente do BRE apoiou seu diretor executivo, Stephen Hester, e disse que seu bônus de 2010 de 2 milhões de libras não seria retomado. John Hourican, diretor executivo da divisão de mercados e relações bancárias internacionais do BRE demitiu-se por causa do escândalo. Ele deixará o cargo com um aviso de um ano, mas perderá seu bônus.

O acordo revela que um dos negociadores do BRE fez pagamentos corruptos no total de 200 mil libras para empresas de corretagem para “angariar influência”, de acordo com a Agência de Serviços Financeiros britânica.

Fonte: CNN
Tradução da Redação do Vermelho

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