quinta-feira, 20 de março de 2014

Dois Passos Adiante, Um para Trás 20/03/2014


17/3/2014, [*] Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy
Two Steps Forward, One Step Back
Traduzido por João Aroldo
Ilustrações por Latuff - Brasil



Ucrânia

O plano dos EUA para tomar a Ucrânia e expulsar a Rússia de sua base naval do Mar Negro deu errado. Mas, como Lênin disse, “dois passos adiante, um passo para trás”.

Você se lembra de toda conversa dura vindo de John Kerry, o Bobo da Casa Branca, Hillary Clinton, e a bajuladora Merkel sobre as duras sanções que iriam “prejudicar gravemente” a economia russa, a menos que a Rússia impedisse a votação do referendo na Crimeia?

Bem, era tudo bobagem, mais bafo do fantoche da Casa Branca e da chanceler alemã bajuladora, que é uma vergonha para a nação alemã. Como os russos diziam a John Kerry, as sanções contra a Rússia iriam destruir a Europa e fazer pouco dano à Rússia.

Desejaria que os russos tivessem mantido isso para si. Eu estava ansioso para que os idiotas de Washington destruíssem a OTAN ao fechar a economia europeia.

Claro, depois de fingir que eles eram caras durões, algo que a mídia presstitutados EUA poderia propagandear, já que as sanções deveriam ser impostas, por isso os EUA vieram com sanções, e não contra a Rússia, mas contra onze indivíduos: o presidente ucraniano deposto, um assessor do presidente deposto, dois funcionários da Crimeia e sete russos.

A escolha dos funcionários é um mistério absoluto. Os sete russos são um secretário de Putin, um conselheiro de Putin, quatro membros do parlamento russo (Duma) e um vice-premiê. O que essas pessoas têm a ver com o referendo na Crimeia, ninguém sabe.

Além disso, as sanções só se aplicam a contas bancárias estrangeiras que estes 11 indivíduos possam ter fora da Rússia. Muito provavelmente, isso significa apenas o presidente ucraniano deposto, se quisermos acreditar em toda a propaganda contra ele.


Novo Ministro da Defesa da Ucrânia...
Ou seria da Educação...

Outros relatos dizem que as sanções são apenas para os próximos seis meses.

Se os criminosos dos EUA e da UE roubarem dinheiro dessas pessoas, o banco central russo pode reabastecer suas contas roubadas.

Quem decidiu que a Crimeia ia se separar da Ucrânia e voltar para a Rússia foi o próprio povo. De acordo com o texto da sanções estúpidas de Obama, suas sanções deveriam ser aplicadas às pessoas da Crimeia que votaram pela separação do governo fantoche dos EUA em Kiev.

Além disso, as sanções de Obama se aplicam a ele mesmo e ao seu regime e a seus fantoches da OTAN, já que foi o Ocidente que derrubou o governo eleito da Ucrânia, não a Rússia ou a Crimeia. Os norte-americanos, é claro, nunca aplicam a lei contra si mesmos.

Em outras palavras, as sanções são totalmente sem sentido. No entanto, o Bobo da Casa Branca declarou:

Se a Rússia continuar a interferir na Ucrânia, estamos prontos a impor mais sanções.

A hipocrisia de Obama faz uma pessoa querer vomitar. É o Bobo da Casa Branca que está interferindo na Ucrânia. Foram os EUA que financiaram e organizaram a derrubada do governo eleito da Ucrânia, com neonazis bem organizados e bem armados para intimidar os policiais desarmados e o partido no poder, abrindo assim o caminho para os EUA criarem um governo não eleito com seus fantoches bem-pagos.

O que o incompetente Bobo da Casa Branca não sabe é que o sul e o leste da Ucrânia são russos, não ucranianos, então o golpe dos tolos fez com que a Crimeia se separasse e está causando protestos no leste da Ucrânia contra o governo fantoche não eleito dos EUA em Kiev.


O ovo da serpente chocou!
New Ukraine ou Banderastan!

O governo fantoche de Washington em Kiev nomeou oligarcas multibilionários ucranianos não eleitos, que têm suas próprias forças de segurança privadas, como prefeitos das cidades russas, para acabar com os protestos. Se os oligarcas usarem a violência contra o povo russo, o resultado provável será que o exército russo vai assumir o controle do leste da Ucrânia, que em todos os sentidos essenciais, é russo.

Se o leste da Ucrânia retornar à Rússia, Washington vai ficar com os ultranacionalistas da Ucrânia ocidental, as pessoas que lutaram por Hitler durante a IIª Guerra Mundial. A UE não quer ultranacionalistas, já que a UE está ocupada apagando o nacionalismo e a soberania dos países europeus.

No entanto, os EUA terão ganho uma vantagem estratégica sobre Moscou, já que Washington pode colocar mísseis antibalísticos e outras bases militares na fronteira do oeste da Ucrânia com a Rússia, completando assim o cerco da Rússia com forças militares hostis e bases de mísseis.

A Rússia vai neutralizar as bases norte-americanas, visando-as com mísseis Iskander, que não podem ser interceptados por ABMs.

Tudo o que o Bobo da Casa Branca terá alcançado é tornar mais claro para a Rússia e a China que os EUA tem ambos em sua lista de alvos, porque ambos estão no caminho da hegemonia mundial dos EUA.

Só se pode perguntar por que Putin não antecipa o futuro ataque militar dos EUA à Rússia, destruindo a OTAN economicamente sem disparar um tiro. Tudo o que Putin precisa fazer é cortar a energia da Europa. Washington levaria três anos para criar a capacidade de entrega de gás natural dos EUA para a Europa, alcançada pela destruição de abastecimento de água nos Estados Unidos pelofracking. Por essa altura os governos da OTAN provavelmente teriam sido derrubados pelo desemprego em massa e sofrimento econômico.

Putin também poderia tomar todos os ativos estrangeiros na Rússia e rapidamente completar os arranjos com a China, Índia, Brasil e África do Sul para abandonar o uso do dólar dos EUA em acertos internacionais.

O dólar dos EUA como moeda de reserva mundial é a fonte do imperialismo americano. Os cinco países que compõem os BRICS têm a metade da população do mundo. Eles podem conduzir seus negócios sem o dólar.


Olhaí mamãe! Sem as mãos!

O mundo precisa entender que o governo neoconservador dos EUA é o Terceiro Reich sob esteroides. É uma força malévola sem nenhum senso de justiça e respeito pela verdade, a lei ou a vida humana. Basta perguntar às pessoas no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Palestina, Paquistão, Iêmen, Somália, Líbano, Honduras, Venezuela, Cuba, Irã. Mesmo os ucranianos ocidentais iludidos em breve vão se dar conta disso.

O próprio Obama declarou que os EUA são “a nação excepcional”. Esta é a versão neoconservadora da declaração de Hitler de que a nação alemã era excepcional e, portanto, acima de todas as outras. A única diferença entre os EUA e Alemanha nacional-socialista é que os EUA tem um estado policial muito mais poderoso e armas nucleares.

A húbris e a arrogância que provêm da crença de que Washington é o governo da “nação indispensável e excepcional” significa que os EUA não tem respeito por qualquer outro país, nem pela lei, seja a sua própria ou internacional.

Os EUA podem invadir países sem justa causa, um crime de guerra. Os EUA podem sequestrar e torturar as pessoas, um crime sob leis internacionais e dos EUA. Washington pode ignorar a autodeterminação dos povos, tais como os crimeanos. Quem são meros crimeanos para votar sobre seu próprio futuro sem o consentimento dos EUA, sem Washington determinar o resultado? Os EUA declaram que a autodeterminação do povo da Crimeia é “ilegítima e ilegal”, e se recusa a reconhecer a autodeterminação, fingindo ser a casa da “liberdade e democracia”.

Nenhum governo na história humana pode chegar perto de hipocrisia e maldade dos EUA. Armados com armas nucleares e uma doutrina militar de primeiro ataque nuclear preventivo, os EUA se destacam como a ameaça à vida na Terra.
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[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado emCounterpunch, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

POSTADO POR CASTOR FILHO

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/dois-passos-adiante-um-para-tras.html

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