Por Edú Pessoa
A discussão sobre o financiamento público de campanha vs. voto
distrital é um avanço para a democracia brasileira. No entanto, é
interessante inserirmos nesse debate a idéia da reforma administrativa
do Estado, passando pela reestruturação da carreira pública estatal.
Ora, é de conhecimento de todos que a corrupção acontece sobretudo
nos cargos de primeiro e segundo escalão. Os servidores efetivos (de
carreira), quando envolvidos em casos do gênero, atuam como operadores
de um esquema de corrupção, geralmente patrocinado por grandes figuras
políticas (deputados, senador, diretores de estatais, ministros, etc.)
p>A redução no número de casos de corrupção e de
máfia passa por qualificar os quadros do serviço público, permitindo
que penetrem nos cargos de chefia, nas funções de confiança e possam
cada vez mais mudar a mentalidade do serviço público (Exemplo: por qual
motivo um técnico da previdência não pode se aposentar na função de
gerente ou diretor de área?).
O principal objetivo é fazer penetrar, como quer Dilma, a idéia de
gestão, de gerenciamento de projetos e planejamento estratégico na
cultura do serviço público. Para isso a Câmara de Gestão, coordenada por
Jorge Gerdau.
É imprescindível que serviços públicos BÁSICOS, como saúde,
educação, transporte coletivo e segurança pública (PM, bombeiros,
delegacias, etc), funcionem independente do partido que esteja no poder.
Para isso, cabe uma discussão acerca não só do modelo público de
financiamento eleitoral, mas também pela redução do número de
integrantes nas chamadas "equipes de governo" e fortalecimento das
equipes técnicas.
Nesse sentido, Polícia Federal, Receita Federal e Banco do Brasil são
exemplos de instituições públicas que trouxeram dirigentes a partir dos
quadros internos. No BB, a exigência de que os integrantes da diretoria
sejam dos quadros do banco consta inclusive em seus regulamentos. NA PF
e RF virou prática consolidada, fruto de reivindicações da classe dos
auditores fiscais e agentes de polícia federal.
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