Além do Barclays, já multado, o
britânico HSBC, o alemão Deutsche Bank e os franceses Societé Générale e
Crédit Agricole entraram na mira das investigações
O escândalo de manipulação da Libor (London Interbank Offered Rate) e Euribor (Euro Interbank Offered Rate), taxas referenciais de juros para R$ 1,5 trilhões em contratos no globo, derrubou há três semanas o presidente-executivo do banco britânico Barclays, Bob Diamond. Mas investigações mostram que outros quatro bancos também podem estar envolvidos no esquema, informa o jornal Financial Times nesta quinta-feira (19)
Operadores de HSBC, Crédit Agricole, Deutsche Bank e Societé Générale, segundo a publicação, teriam mantido contato com Philippe Moryoussef, operador do Barclays – o suposto elo entre as cinco instituições financeiras. A manipulação das taxas Libor e Euribor, que balizam empréstimos interbancários, também influenciam em outras taxas de juros ao redor do globo, como o juro de cartões de crédito, de empréstimos imobiliários e de empréstimos corporativos.
O Barclays recebeu multa de 290 milhões de libras esterlinas (R$ 1 bilhão) pelo escândalo, revelado no início do mês. As manipulações ocorreram entre 2005 e 2007, período em que o setor bancário passava por uma grave crise de crédito.
Agência Efe
Segundo a FSA (Financial Services Authority), agência reguladora do sistema financeiro britânico, 20 das 58 tentativas do Barclays de manipular a Euribor foram feitas a pedido de HSBC, Crédit Agricole, Deutsche Bank e Societé Générale. O objetivo era incrementar lucros ou minimizar perdas com derivativos.
Moryoussef, um operador marroquino de 44 anos, fez em 2006 contatos em nome do Barclays com operadores dos outros quatro bancos dizendo que precisava da taxa Euribor alta por um mês. Em efeito cascata, os operadores informavam outros operadores, que ao cabo configuravam um número suficiente para influenciar na taxa final, relata o Financial Times, com dados de documentos da FSA.
Além da multa, o Barclays ainda pode passar por um processo criminal. As investigações sobre o escândalo mal começaram e analistas acreditam que uma série de bancos será arrastada para o mesmo caminho. São 10 agências reguladoras examinando 20 bancos pelo mundo. Segundo o jornal, o advogado de Moryoussef não quis comentar as acusações.
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