quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Irã reforça aliança com Síria e promete manter ‘eixo da resistência’ 09/08/2012




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O presidente Bashar al-Assad se encontra com enviado especial do Irã em Damasco<br />
Foto: AP
O presidente Bashar al-Assad se encontra com enviado especial do Irã em Damasco AP


RIO – O Irã garantiu nesta terça-feira seu apoio ao presidente Bashar al-Assad ao afirmar que Damasco é parte essencial de uma aliança regional que Teerã não deixará se partir. A promessa foi feita por Saeed Jalili, chefe do Conselho Nacional de Segurança iraniano, que se reuniu hoje com Assad na capital síria, enquanto busca uma solução para o caso de cidadãos de seu país em mãos rebeldes.
Assessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, Jalili se referia à frente xiita adversária de Israel. Além de Irã e Síria, essa aliança é integrada ainda pelo grupo libanês Hezbollah.
O envolvimento de Teerã vai além e diplomatas do país se preparam para um encontro sobre a crise síria. Tentam ainda salvar os 45 reféns iranianos detidos por rebeldes sírios na semana passada. Mais cedo, o vice-chanceler Hossein Amir Abdollahian chegou a acusar os EUA de serem responsáveis pela vida dos iranianos.
- Como os EUA apoiam os grupos terroristas e enviam armas para a Síria, são responsáveis pela vida dos 48 peregrinos iranianos sequestrados em Damasco – disse Abdollahian.
Autoridades iranianas ainda ameaçaram a Turquia, dizendo que “haverá volta” se Ancara insistir em apoiar políticas belicistas americanas na Síria.
Na segunda-feira, três dos 48 iranianos sequestrados foram mortos em um ataque aéreo de forças do governo em Damasco, contaram os rebeldes. Os dissidentes ameaçam matar todos os reféns se as tropas de Assad não interromperem os bombardeios. Teerã afirma que os capturados são apenas peregrinos que visitavam um santuário em Damasco, mas os dissidentes dizem ter documentos que comprovam se tratar de militares em missão de reconhecimento de campo.
Depois de se reunir com Assad, Jalili viajou para se encontrar com o presidente libanês, Michel Sleiman, em Beirute. Apesar das divergências políticas, Teerã deve pedir a ajuda da Turquia e do Qatar para libertar os reféns. O chanceler Ali Akbar Salehi já estaria inclusive a caminho de Ancara.
Na semana que vem, o presidente Mahmoud Ahmadinejad vai se reunir com outros líderes muçulmanos na Arábia Saudita para discutir a questão na Síria, revelou a imprensa iraniana na segunda-feira.
Mais de 1.300 sírios fogem para Turquia
Um dia após o premier sírio desertar e fugir para a Jordânia, o governo reforçou o cerco a Aleppo. Mais de 1.300 sírios atravessam a fronteira com a Turquia durante esta noite, informou o Ministério de Relações Exteriores turco. Entre os refugiados estavam um general e outros 11 soldados do Exército. Até agora, já são 47.500 sírios na Turquia.
“Estes números, junto com os que buscam asilo em outros países, mostram o quão espantosa é a situação na Síria”, disse em comunicado o ministério.
Autoridades de Ancara temem por uma possível onda de refugiados vinda da maior cidade do país, Aleppo. O centro comercial da Síria é há mais de duas semanas alvo de bombardeios de forças do governo, que tentam expulsar os rebeldes da cidade.
Agência O Globo

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