
Caminhada
de abertura ocorreu horas antes de o reconhecimento da Palestina como
Estado observador não-membro das Nações Unidas ter sido aprovado na ONU |
Por Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Samir Oliveira
Milhares de pessoas marcharam a favor da criação de um Estado Palestino na tarde desta quinta-feira (29), em Porto Alegre. Reunidos em torno do Fórum Social Mundial Palestina Livre, cidadãos e ativistas de 36 países lotaram as ruas do Centro da Capital gaúcha para manifestar apoio ao povo palestino e repúdio às ações de Israel.
A marcha teve início às 17h, pelo horário de Brasília. Menos de três horas depois, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursava na Assembleia Geral da ONU, pedindo a aprovação do reconhecimento da Palestina como um Estado observador não-membro das Nações Unidas. A moção acabou sendo aprovada perto das 20h, quando os manifestantes em Porto Alegre já estavam concentrados na Usina do Gasômetro, onde ocorre o show de abertura do fórum.

Manifestantes se concentraram no Largo Glênio Peres para dar início à caminhada | Por Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Dois caminhões de som estavam posicionados no início e no final do cortejo, com pronunciamentos de lideranças nacionais e internacionais. Na linha de frente da marcha, era perceptível o predomínio de bandeiras e balões de entidades sindicais como a CUT, a CTB e a CSP-Conlutas. Paralelamente ao ato do Fórum Palestina Livre, ocorria também a Marcha dos Sem – caminhada de diversas organizações sindicais realizada anualmente em Porto Alegre.
Misturados em meio a bandeiras de partidos políticos – PSOL, PT, PSTU, PCdoB e PSB –, centenas de estrangeiros portavam cartazes de protesto com a assinatura de diversas organizações sociais. E inúmeras mulheres árabes, com os cabelos cobertos pelo véu, empunhavam cartazes com os dizeres: “Embargo a Israel já!” e “Boicote ao Apartheid israelense”.
Os pronunciamentos nos caminhões de som, feitos em diferentes línguas, pediam uma “free free Palestine” e bradavam que “the people united will never be divided”. Dentre todas as organizações que discursaram, apenas uma pediu o fim do Estado de Israel. O representante do Movimento Revolucionário – grupo que se criou a partir de 2007, após a expulsão de alguns quadros do PSTU – disse que “não há paz no mundo árabe com a existência de Israel”.

Mulheres árabes protestaram contra ataques de Israel à Palestina | Por Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

A palestina Fallastine Dwiteat cobra boicote do governo brasileiro a Israel | Por Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Selma Al-Aswad esteve presente na marcha junto com outros ativistas LGBTs | Por Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Os ativistas do Queers for BDS protestam contra uma política israelense que chamam de Pink Washing, que consiste em utilizar a concessão de direitos a homossexuais como um fator para tornar o país bem visto na comunidade internacional e desviar o foco das ações contra a Palestina. “Não aceitamos que usem nossos direitos para esconder crimes de guerra, marginalizar e oprimir o povo palestino”, disse Selma.
As entidades organizadoras do fórum divergem quanto ao número de presentes na caminhada. Para a Marcha Mundial das Mulheres, em torno de 10 mil a 15 mil pessoas fizeram o percursso. Para a CUT, cerca de 8 mil pessoas estavam presentes. A EPTC diz que foram 10 mil pessoas no trajeto.
- Confira abaixo mais fotos da marcha de abertura do Fórum Social Mundial Palestina Livre
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