A partir da semana que vem, o DCM abrirá uma 
campanha de crowdfunding para contar a história de Carlos Alberto 
Fernandes Filgueiras, o dono do hotel Emiliano e do avião que 
transportava Teori Zavascki que caiu em Paraty.
Filgueiras, como você verá nesta primeira reportagem, era um mestre na arte de fazer amizades e influenciar pessoas. 
Milionário, sempre cultivou uma 
certa discrição à medida que ganhava mais dinheiro — e por razões que 
vão ficando aparentes à medida que sabemos mais dele.
Você poderá financiar a feitura do perfil completo dele e entender um pouco mais as relações de poder no Brasil. Fique ligado.
A história do avião que caiu nas 
águas de Paraty com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a 
bordo tem força para fazer emergir um lado do Brasil em que não cabe a 
Teori Zavascki o papel de herói. 
Pelo contrário. E, para entender o que 
está por trás da última viagem do ministro, é preciso conhecer quem o 
colocou naquele voo, e com que propósito.
Carlos Alberto Fernandes Filgueiras era 
um milionário com múltiplos negócios e uma habilidade em particular: 
fazer amizade com gente poderosa e às vezes famosa, como Roberto Carlos 
no passado e Eike Batista mais recentemente, mas sem deixar de viver na 
sombra, sempre longe de holofotes.
Logo depois do acidente, no dia 19 de 
janeiro, a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo publicou uma nota em
 que relaciona a amizade entre Teori e Filgueiras a um episódio trágico:
 os dois teriam se conhecido em 2012, quando o ministro se hospedava no 
hotel para acompanhar o tratamento da mulher contra um câncer, no 
Hospital Sírio Libanês.
Estive no hotel Emiliano segunda-feira, 
dia 23, e conversei com alguns funcionários, sem me apresentar como 
jornalista. Nenhum deles se lembra de ter visto Teori por ali, embora o 
ministro fosse uma personalidade conhecida nacionalmente.
Teori pode ter estado lá, mesmo que 
recepcionistas e garçons não o tenham visto e ele pudesse fazer frente a
 uma das diárias de hotel mais caras do Brasil. 
A tarifa de balcão fixada para o 
apartamento luxo, a mais barata, sai por R$ 2.130,00, mas, fazendo a 
reserva pelo telefone, o hóspede paga R$ 1.750,00.
Um dia no Emiliano consome quase 5% do 
salário de um ministro do Supremo – e é razoável supor que vir de 
Brasília a São Paulo para o tratamento de uma doença grave como o câncer
 não seja jornada para um único dia.
Unidos em vida pela tragédia de uma 
doença, a da esposa de Teori, mortos em outro tragédia, a da queda do 
avião. Este é um enredo que combina com a versão de herói. Diz a nota do
 jornal O Globo: “Carlos Alberto era um frequente companheiro de papo de
 Teori, com quem conversava sobretudo depois das visitas do hospital.”
Na mesma linha, a revista Época, da mesma
 editora do jornal, na capa da edição que noticiou a morte do ministro, 
destacou: “Obrigado, Vossa Excelência — a trajetória e o legado do 
discreto juiz que se revelou um herói silencioso da Lava Jato”. 
Não era necessário muito esforço jornalístico para ver que a versão “amigo de fé, irmão camarada” não bate com os fatos. 
Em maio de 2006, seis anos antes da 
doença de dona Maria Helena, esposa do ministro, Teori Zavascki estava 
no Superior Tribunal de Justiça e foi relator de um recurso que 
interessava diretamente a Filgueiras: a Prefeitura de São Paulo queria 
receber de Filgueiras IPTU que considerava sonegado e tentou executar a 
dívida, dada como certa pela Justiça em primeira instância.
Mas Filgueiras apelou e o caso foi parar 
no STJ, através de um recurso especial da Prefeitura de São Paulo, que 
exigia de Filgueiras bens em garantia para a execução da dívida. A 
decisão de Zavascki dispensou Filgueiras de oferecer bens (o que 
significa penhora) enquanto recorria.
O voto de Zavascki foi acompanhado por 
mais dois ministros – um deles Luiz Fux, hoje no STF, que divulgou nota a
 respeito da morte do colega – “jamais o esqueceremos pelo bem que 
realizou em prol do País e da Justiça”.
Portanto, quando Teori se hospedou no 
Emiliano (se é que se hospedou alguma vez, funcionários não viram e um 
deles, perguntado por mim, que não me apresentei como jornalista, disse 
que estava proibido de falar desse assunto), o dono do hotel já tinha 
cruzado com sua rotina profissional – agora tratada como legado.
Teori poderia se registrar no Emiliano 
sem se preocupar com quem é o dono – em geral, ninguém busca essa 
informação ao fazer uma reserva –, mas, uma vez apresentado ao 
proprietário, talvez devesse ter tido alguma cautela.
Só no Tribunal de Justiça de São Paulo o 
nome de Carlos Alberto Fernandes Filgueiras aparece em 39 processos na 
área civil – a maioria deles como autor, sem contar o processo em Angra 
dos Reis, onde é acusado de crime de ambiental.
Em alguns processos no Tribunal de 
Justiça de São Paulo, ele aparece como executado por não pagar IPTU e, 
em um caso, o nome dele está por trás de uma empresa condenada por 
débitos entre particulares e apontada por um juiz como autora de fraude 
contra credores. 
A empresa se chama Tuama Construtora e 
Incorporadora Ltda, da qual Terezinha Peixoto Coutinho tenta cobrar uma 
dívida, sem sucesso, desde 2003. Em 2009, o juiz escreveu: 
“Ora, no caso sub judice se vislumbra, 
como salientado supra, laivos de que os sócios da Executada estão se 
homiziando atrás da personalidade jurídica de sua empresa para 
inadimplir suas obrigações para com terceiros seus credores, 
configurando e patenteando esse comportamento fraude e abuso de direito 
no decorrer da sua gestão, bem assim como o mau uso que da sociedade 
comercial estão a fazer.” 
A sentença, da 6ª. Vara Cívil de São 
Paulo, relaciona Carlos Alberto Fernandes Filgueiras como um dos sócios 
da Tuama e determina a desconstituição da personalidade jurídica, para 
que ele e dois sócios respondam com seus bens pessoais. Seis anos 
depois, a ação ainda corre e Terezinha não recebeu o que reclamou na 
Justiça, com ganho de causa. 
Nos anos 90, o cantor Roberto Carlos teve
 uma parceria com essa empresa, a Tuama Construtora e Incorporadora 
Ltda, que já era de Carlos Alberto Fernandes Filgueiras. Os dois se 
associaram para construir um edifício de flats na rua Oscar Freire.
Em 2011, o jornalista Guilherme Barros 
noticiou em sua coluna no IG que o cantor estreava no mercado 
imobiliário com a incorporadora Emoções, mas um leitor, Nélson Borges, 
corretor veterano, o corrigiu:
“Não é a primeira incursão do Rei Roberto
 Carlos nesse mundo. Trabalho com imóveis há 32 anos e me lembro dele 
com a Incorporadora e Construtora Tuama no primeiro empreendimento 
imobiliário. Ele e a família Filgueiras não tiveram sucesso num 
empreendimento na Rua Oscar Freire, um Flat com apenas quatro 
apartamentos por andar. Houve problemas com a fundação e esse erro de 
produto, pois um flat com quatro apartamentos por andar não funciona. 
Sou muito fã desse grande cantor. Sucesso nessa segunda etapa.”
Roberto Carlos admite, através de sua 
assessoria, que teve esse negócio com Filgueiras, mas se recusa a falar 
sobre o assunto e sobre o empresário. 
Ele teria tido prejuízo e deixou a 
sociedade antes que Filgueiras transformasse o flat no hotel Emiliano, 
com um produto – que chamou de hotel butique – e uma ação de marketing 
que levou o empreendimento até as páginas do New York Times, que fez uma
 resenha positiva do Emiliano.
Pelo silêncio do cantor, que não quer 
falar de um homem que já morreu, não é difícil concluir que Roberto 
Carlos teve motivos para se afastar de Filgueiras que vão além de um 
suposto erro de projeto arquitetônico, como aponta o veterano corretor.
Talvez Roberto Carlos tenha tido a 
cautela que faltou a Teori Zavascki – mas quem viaja imaginando que o 
avião vai cair e deixar uma grande quantidade de perguntas sem resposta?
 
Os fatos, como se disse, insistem em 
embaçar a imagem do herói da Lava Jato. Desde 2010, Teori já era cotado 
para uma indicação ao STF. Quando vagou a cadeira de Eros Grau, Mônica 
Bergamo informou, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que ele tinha um 
padrinho forte: Nélson Jobim. 
Em 2015, depois que o ministro foi 
nomeado para o STF, a Revista Época, numa reportagem crítica a uma 
decisão de Teori Zavascki entendida como favorável ao PT, cravou:  “Em
 sua ascensão, Teori contou com a amizade do ex-deputado e ex-ministro 
do Nelson Jobim, que foi integrante dos governos de Fernando Henrique 
e Lula.”
Na mesma reportagem, escrita quando Teori
 não era visto pelos editores como um herói da Lava Jato, a Revista 
Época recuou a um passado ainda mais remoto, 1989, quando ele era 
advogado do Banco Central e foi nomeado desembargador do Tribunal 
Federal da Quarta Região pelo então presidente José Sarney. 
A revista publicou cópia de um telegrama 
do então presidente José Sarney ao ministro do Supremo Tribunal Federal 
Paulo Brossard, transmitido para comunicar que o presidente da República
 aceitara a indicação de Brossard e nomeara o então jovem Teori Zavascki
 (40 anos) para o Tribunal Regional Federal.
Época não fez essa relação, mas, como 
Nélson Jobim reconheceu em um discurso de 2004, Brossard foi um de seus 
padrinhos políticos, ao incentivá-lo a disputar uma eleição para 
deputado.
As ligações entre Teori e o universo 
político de Jobim nunca foram segredo, assim como é público que o 
ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, do PT, também fez lobby 
para Teori se tornar ministro do STF.
A diferença é que a rede de 
relacionamentos de Jobim e Teori passou a ter em comum a pessoa de 
Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, através de uma empresa criada para 
comprar e administrar uma unidade do Emiliano no Rio de Janeiro, a Forte
 Mar Empreendimentos.
A empresa tem capital social de quase R$ 
150 milhões, divididos entre Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e um 
fundo de investimento gerido pelo BTG Pactual, de André Esteves.  Dois ex-diretores do BTG, homens de confiança de Esteves, também são diretores da Forte Mar.
Em novembro de 2015, Esteves foi acusado 
de concordar com a compra de um ex-diretor da Petrobrás para não ser 
envolvido na Lava Jato, e Teori mandou prendê-lo, juntamente com o 
senador Delcídio do Amaral, mas Esteves deixou a cadeia bem antes dele, 
um mês depois da prisão.
O banqueiro teve primeiramente o 
benefício da prisão domiciliar. Em abril do ano passado, Teori revogou a
 prisão domiciliar e devolveu a liberdade praticamente plena a André 
Esteves.
Em agosto, quatro meses depois de Esteves
 recuperar a liberdade, o BTG anunciou mudança na sua direção e Nélson 
Jobim foi apresentado como novo presidente, com uma remuneração de R$ 60
 milhões por um contrato de cinco anos – ou seja, R$ 1 milhão por mês.
No anúncio ao mercado, Jobim, ex-ministro
 da Justiça e ex-ministro do Supremo, foi apresentado como a pessoa com 
perfil adequado para dar maior rigidez aos critérios de governança 
corporativa, ou seja, evitar a corrupção. Tudo muito bonito até o 
acidente aéreo revelar a proximidade de Teori com Filgueiras, sócio do 
BTG de Esteves.
Num situação hipotética, poderia ocorrer 
de Filgueiras agradecer Teori por livrar o sócio da prisão e Teori 
manifestar gratidão por ter o padrinho acolhido na vice-presidência do 
BTG. É uma hipótese, registre-se mais uma vez, mas não é uma hipótese 
absurda. Constrangimento que poderia ser evitado. 
Mas quem conheceu de perto o empresário 
Filgueiras já viveu muitas situações que poderiam causar 
constrangimento, mas de outra natureza. Filgueiras era separado e teve 
quatro filhos, todos adultos. Foi visto muitas vezes na companhia de 
mulheres tão bonitas quanto caladas.
A jornalista Luiza Pastor postou em seu 
Facebook uma nota para contar que conheceu o empresário, jantou com ele 
algumas vezes num restaurante japonês, na companhia do artista plástico 
Siron Franco, e que, instada a dar conselho sobre como ter “uma mulher 
interessante, inteligente e que não pensasse só no seu dinheiro”, 
respondeu a Filgueiras que ele deveria deixar de contratar garotas de 
programa:
“Que tal começar 
procurando em algum lugar que não seja o Café Photo ou o Bahamas? Se 
você, por acaso, conseguir encontrar uma mulher com esse perfil e, de 
cara, convidá-la a passar o fim de semana em sua casa de Paraty, 
presenteando-a com um jogo de malas Louis Vuitton, com certeza ela vai 
sair correndo de susto. Leia um pouco mais de Vinícius, escute o que o 
poeta diz em Para viver um grande amor, tenha em vista “um crédito de 
rosas na florista, muito, muito mais que na modista”. Talvez funcione…”
A paulistana Marilu Alves de Oliveira 
também conheceu Filgueiras de perto, só que numa relação diferente da de
 Luiza Pastor. Ela era empregada do Emiliano. Trabalhou doze anos no 
hotel, praticamente desde o seu início até 2013, quando foi demitida.
Começou como ajudante , depois passou à 
arrumadeira e terminou servindo cafezinho ao patrão. Numa ação 
trabalhista, ela acusou Filgueiras de ataque sexual e atribuiu sua saída
 da empresa ao fato de ter resistido ao assédio. 
Na Justiça do Trabalho, numa ação a que 
não deu nenhuma divulgação, Marilu disse que, bêbado, Filgueiras a 
agarrou numa festa de fim de ano, tocou em suas partes íntimas na frente
 de outros funcionários e, quando ela tentou se desvencilhar, ouviu um 
grito:
“Dança comigo, porra!”
Segundo ela, depois dessa cena, 
Filgueiras saiu para férias de fim de ano e, um mês depois, quando ele 
retornou, Marilu teria ficado sem função e acabou demitida, sem receber 
todos os seus direitos. 
Na Justiça do trabalho, ela relatou um 
cotidiano de trabalho altamente desgastante e ambiente ruim. Ao tomar 
conhecimento da ação, Filgueiras constituiu um dos mais famosos 
criminalistas do Brasil, Nélio Machado, para questioná-la judicialmente.
 
A ex-funcionária confirmou a acusação e 
foi processada, por injúria e calúnia. Em abril do ano passado, a juíza 
da 16ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda absolveu Marilu por 
entender que não houve crime contra a honra, já que a ex-funcionária não
 espalhou a denúncia de ataque sexual. O que fez foi denunciar o 
assédio, nos limites da Justiça do Trabalho.
“Muitos dos fatos discutidos nesta 
queixa-crime dizem respeito ao objeto da reclamação trabalhista e teriam
 sido enfrentados não tivessem as partes encerrado a questão com 
acordo”, escreveu a juíza, na sentença de cinco páginas. Pelo acordo, 
Filgueiras pagou R$ 15 mil de indenização, além de liberar o fundo de 
garantia. 
Na sentença, a juíza registra também que,
 ao depor, Filgueiras citou um escândalo ocorrido alguns meses antes de 
processar a ex-funcionária, o do então diretor-geral do FMI, Dominque 
Strauss-Khan, acusado de estuprar uma camareira de um hotel em Nova 
Iorque.
O sentido da citação parece ser que 
Filgueiras, ao processar Marilu, queria evitar alvo de um escândalo no 
Brasil, ainda que as acusações fossem diferentes e que ele tenha 
refutado com veemência a denúncia da funcionária.
A defesa de Filgueiras recorreu dessa decisão da Justiça Criminal.
Marilu não apresentou testemunha que 
comprovasse sua acusação e as testemunhas de Filgueiras, funcionários do
 hotel, disseram que não viram nada.
As alegações da arrumadeira do hotel 
expõem situações, verdadeiras ou não, que acabam aproximando Filgueiras 
muito mais de sua origem empresarial conhecida, como investidor do 
garimpo de Serra Pelada e madeireiro do Sul do Pará, do que da realidade
 empresarial de seus anos mais recentes.
O ex-prefeito de Tucuruí, no Pará, 
Parsifal Pontes, conheceu Filgueiras desta época e contou em seu blog 
ambos compravam barrancos e não eram garimpeiros.
Outro contemporâneo de Serra Pelada 
escreveu, num comentário: “Também lembro dele, às vezes jogava umas 
partidas de dominó com Nestozão e Rodolfo, no barraco deles na rua do 
Sereno. Que a terra lhe seja leve.”
A partir  de
 Serra Pelada, Filgueiras prosperou. No que é de conhecimento público, 
um de seus filhos, também chamado Carlos, foi investidor do Grupo X de 
Eike Batista, do qual se afastou após perder dinheiro. 
Associou-se então ao grupo americano 
DeVry, que atua área educacional, e comprou faculdades no Brasil, 
começando pelo Norte e Nordeste. Um de seus últimos negócios foi a 
aquisição da Damásio Eduacional, de São Paulo, famosa por seus cursos 
jurídicos. 
Filgueiras, o pai, tinha vários negócios 
no próprio nome, no ramo de hotelaria e incorporação imobiliária, mas 
era visto sempre no hotel, onde o empreiteiro Ricardo Pessoa diz ter 
jantado em 2014, pouco tempo antes da eleição, com o senador Renan 
Calheiros e acertado com ele a entrega de R$ 1,5 milhão para a campanha 
do filho, hoje governador de Alagoas. O relato está na delação premiada 
de Ricardo Pessoa, dono da UTC.
Um lobista com quem conversei esta semana disse ter estado no hotel para  negociar comissões envolvendo créditos na Dersa, a estatal de transportes do governo do Estado de São Paulo. 
É um lobista que já apareceu em páginas 
policiais, envolvido com negócios obscuros que envolvem PSDB, DEM, PSD e
 até o PSB. Ele pediu para não ter o nome divulgado. Mas deu pistas e 
autorizou divulgar seu relato.
Checando o que ele disse, confirmei que o
 Ministério Público já tomou seu depoimento, mas, questionado por uma 
situação específica, não teve a oportunidade de denunciar esquemas mais 
abrangentes, que envolveriam autoridades do Estado de São Paulo. Segundo
 ele, promotores de São Paulo não tiveram interesse de ouvir as 
informações que o aproximavam do Palácio dos Bandeirantes.
Na reunião que ele teve no Emiliano, em 
2008, este lobista conheceu Filgueiras e se surpreendeu quando ouviu 
dele próprio que havia um esquema para comprar créditos duvidosos da 
Dersa por 10% do valor. Na versão do lobista, quem antecipava o dinheiro
 era Filgueiras e depois, graças a influências nas instâncias superiores
 da Justiça, o crédito era recebido na sua integralidade.
Denúncia grave, mas não tão grave quanto a
 que o jornalista paraguaio Chiqui Ávalos fez no Twitter, relacionando 
Filgueiras a negócios muito obscuros na fronteira e conhecido por suas 
“más amizades” no Paraguai. Um leitor quis detalhes e ele disse que o 
contrabando de bebidas é um desses negócios obscuros. 
Chiqui Ávalos já foi colunista e 
correspondente em Paris do ABC Color, o principal jornal do país, e é 
autor de um best seller local, o La Outra Cara de HC, com acusações 
pesadas, inclusive de envolvimento com o narcotráfico, do atual 
presidente de lá, Horácio Cartes. 
No livro, ele agradece a quem o ajudou a 
levantar as informações. Está lá o nome do senador Romeu Tuma, que já 
foi chefe da Polícia Federal do Brasil e da Receita Federal.
“Que fazia o relator da Operação Lava 
Jato no avião (com uma jovenzinha a bordo), em fim de semana na mansão 
da praia com um tipo assim?”, questionou Ávalos. 
No Brasil, deveria haver a mesma perplexidade. São muitas as perguntas, mas já começam a surgir algumas respostas.
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