
Partidários do “Pro Deutschland” fazem manifestação em Berlim em 18 de agosto. Foto: Barbara Sax / AFP
Por enquanto, foram divulgados no YouTube apenas 14 minutos do filme, que narra a vida de Maomé, toca em temas como homossexualidade e pedofilia, e apresenta os muçulmanos como imorais e violentos.
As autoridades alemãs dizem que vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proibir que o “Pro Deutschland” exiba o filme. O ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, acredita que esta projeção seria uma “manifestação política” para “colocar lenha na fogueira”. Assim, o ministro considera que proibir sua exibição não seria um ataque à liberdade de expressão. “Nestas circunstâncias, acho apropriado estudar todas as possibilidades legais relacionadas ao direito de reunião e de ordem pública para ver como podemos nos opor” a uma possível exibição, salientou o ministro conservador no canal Phoenix.
A chefe de governo, Angela Merkel, afirmou que o importante é analisar se a projeção do filme, considerado de má qualidade, pode colocar em risco a segurança da Alemanha, onde vivem quatro milhões de muçulmanos. “Posso imaginar boas razões” para proibir a difusão do filme, declarou Merkel.
A chanceler alemã havia defendido a publicação das caricaturas de Maomé em um jornal dinamarquês. Há dois anos, apesar de ter dúvidas sobre o “bom gosto” dos desenhos, participou da cerimônia de entrega de um prêmio ao autor. A cidade-Estado de Berlim pediu aos administradores das salas de cinema que boicotem o filme. “Não se pode dar espaço à provocação”, ressaltou Dilek Kolat, encarregado de temas integração em Berlim.
Os muçulmanos, contudo, estão divididos.
O Conselho Central dos Muçulmanos e o Conselho de Coordenação dos Muçulmanos (KRM) pediram a proibição da projeção, enquanto a Federação Islâmica Liberal se opõe a esta possível proibição. “Quanto mais se transforma este tipo de coisa em tabu, mais danos causa”, declarou Lamya Kaddor ao jornal Tageszeitung.
Muitos observadores consideram que o anúncio do “Pro Deutschland” é mais um capítulo da campanha de agitação realizada por essa facção dirigida por um ex-neonazista.
Em 18 de agosto, por exemplo, cinquenta militantes da “Pro Deutschland” exibiram uma caricatura de Maomé em frente a uma mesquita em Berlim, conhecida por ser um reduto de salafistas. “Parem a islamização”, estava escrito em um cartaz. Cerca de 150 militantes da esquerda e anti-nazistas realizaram um ato em resposta.
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