Foram 31 mortos, numa escalada de
violência sem fim; de um lado, o governador Geraldo Alckmin pede
confiança na polícia, enquanto PMs são afastados por matar sem critério;
de outro, o arcebispo Dom Odilo Scherer chancela o cancelamento até de
missas numa cidade que vive um toque de recolher informal; "esperamos
que isso seja superado e que o povo possa frequentar de novo a igreja à
noite", disse o sacerdote
247 - São Paulo está em guerra. E ela vem sendo
vencida pelo crime. Este fim de semana foi o mais violento dos últimos
meses, com 31 assassinatos e mais dois ônibus incendiados. Em
Parelheiros, seis pessoas foram alvejadas por atiradores em uma moto.
Crimes com características de execução foram verificados em Guarulhos,
Itapevi e Diadema, na Grande São Paulo.
Diante da escalada de violência, que já marca uma média de
10,6 assassinatos por dia na cidade, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, pediu calma e tentou tranquilizar a população. "É preciso ter
confiança na nossa polícia. Já enfrentamos outros problemas de
organizações criminosas no passado e a polícia venceu", disse. No
entanto, PMs também vêm sendo responsabilizados pelos ataques. Ontem, o
comando da Polícia Militar determinou a prisão de cinco policiais
envolvidos na morte do servente Paulo Batista Nascimento, 25, anteontem.
Um vídeo amador mostrou o rapaz sendo encurralado pelos policiais antes
de ser assassinado.
Na maior cidade do País, missas vêm sendo canceladas e o
problema foi abordado pelo cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. "É
inaceitável que se comece a matar para resolver questões, sabe-se lá
quais questões. Para nós cristãos o ódio não é aceitável. Devemos
condenar isso abertamente e nunca nos conformar com a violência", disse
ele, no Dia Nacional da Juventude. Sobre as missas canceladas, ele
apoiou os sacerdotes. "O padre tomou localmente porque achava que
deveria tomar", afirmou. "Esperamos que isso logo seja superado e que o
povo possa frequentar de novo a igreja à noite."
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