Da Folha
É a melhor posição do país desde 1995, quando entrou na pesquisa; ideal seria 30º, diz coordenador do estudo
Alta foi impulsionada por mais confiança dos empresários e difusão da internet; mudança de metodologia ajudou
HELTON SIMÕES GOMES
O Brasil entrou em 2012 pela primeira vez no grupo das 50 nações mais
competitivas do mundo, de acordo com o Relatório Global de
Competitividade, que será divulgado hoje pelo Fórum Econômico Mundial.
O país passou da 53ª posição, em 2011, para a 48ª neste ano. Em dois anos, o salto foi de dez posições.
O estudo é feito desde a década de 1970, mas o Brasil só foi incluído em 1995.
Ao mesclar dados econômicos e a opinião de empresários, o relatório
tenta medir em quais pontos os países deixam de ser eficientes em
relação aos outros.
"Competitividade não é crescimento da economia, mas as condições para
crescer de forma igualitária", afirma Carlos Arruda, coordenador do
núcleo de inovação da Fundação Dom Cabral, responsável, ao lado do
Movimento Brasil Competitivo (MBC), pelo estudo no Brasil.
Segundo Arruda, a posição ideal para o porte econômico brasileiro,
considerando todos entraves regulatórios, seria entre os 30 primeiros.
Dentre os 12 fatores analisados para compor a classificação (veja
quadro ao lado), o aspecto responsável pelo avanço do Brasil foi o que
considera as condições macroeconômicas do país.
Nesse ranqueamento, o país saltou da 115ª posição para a 62ª. A
mudança, no entanto, se deve a uma alteração metodológica: o indicador
referente ao spread bancário, em que o Brasil era o penúltimo no ano
passado, foi excluído, por não ser comparável entre todos os países.
A ampliação dos usuários de telefonia móvel e de internet também
ajudaram, além da percepção pelo empresariado de que o governo está se
movimentando para solucionar problemas estruturais.
A opinião de mil presidentes de médias e grandes empresas brasileiras
que atuam dentro e fora do país foram captadas de fevereiro a maio.
Por conta do baixo crescimento econômico generalizado no mundo, o
Brasil foi o único dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) que
subiu no ranking. Superou Portugal, um dos atingidos pela crise na
Europa.
O Brasil também subiu uma posição em tamanho de mercado. Agora é nono.
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