terça-feira, 20 de novembro de 2012

FMI pede que Portugal faça novos cortes no setor público 20/11/2012


Entidade elogiou medidas de austeridade do governo português, mas reiterou que outras ações ainda são necessárias

O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu nesta terça-feira (20/11) que Portugal racionalize os salários de servidores públicos e o valor destinado a programas sociais. O objetivo da entidade, que, junto com a União Europeia, já emprestou 78 bilhões de euros a Portugal, é controlar as despesas fiscais.

Em comunicado, o organismo com sede em Washington felicitou os progressos de Portugal, especialmente na redução da dívida pública e no saneamento do setor bancário, mas alertou que o êxito do programa também dependerá da capacidade da UE para superar as atuais fissuras da zona do euro.

Um dia depois de autorizar junto à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu um novo lance de ajuda de 2,5 bilhões de euros ao país, o FMI julgou que o Executivo conservador luso deve "racionalizar ainda mais os salários e o emprego no setor público, assim como reformar pensões e outras prestações sociais".

Portugal tem que cortar 4 bilhões de euros em despesas fixas nos próximos anos, segundo cálculos do governo, muito criticado pela oposição e por sindicatos, que previram que tais economias minguarão a qualidade dos serviços públicos.

"Em particular, as despesas fiscais podem ser ainda mais racionalizadas, enquanto os atuais incentivos fiscais têm que ser mais eficazes e reorientados à atividade do setor transacional", acrescentou o organismo dirigido por Cristine Lagarde.

O FMI alertou também em seu relatório que Portugal seguirá em recessão em 2013 - se estima uma queda de seu PIB de 1% - e com um desemprego recorde (maior que 16%), enquanto reconheceu que a "imperativa" disciplina fiscal que o país também tem que cumprir gera "ventos contrários" ao crescimento.

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