terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pobreza infantil tem crescimento de 45% na Espanha, diz estudo 20/11/2012


Pesquisadores apontam falta de adaptação das políticas sociais ao momento de crise como principal causa

A Espanha possui um dos maiores índices de crescimento de pobreza infantil da União Europeia, indicam dados divulgados nesta terça-feira (20/11). Pesquisa do Observatório Social da Espanha, em conjunto com a Universidade Pompeu Fabra, revelou um aumento de 45% no número de crianças que se tornaram pobres entre 2007 e 2009 no país.

Subnutrição, evasão escolar e dificuldade em acessar serviços de saúde pública estão entre os problemas que esses jovens espanhóis enfrentam em seu cotidiano. De acordo com a publicação, o cenário se tornou ainda mais grave entre as famílias de baixa classe social, que foram duramente afetadas pela crise econômica.

“Na Espanha, está aumentando a pobreza severa. Os pobres são ainda mais pobres”, explicou Vicenç Navarro, diretor do Observatório Social, na apresentação da pesquisa em Barcelona. Apesar de não possuir dados sobre os últimos anos, Navarro afirmou que a situação apenas se deteriorou desde 2009.

O relatório atribui essa mudança social aos cortes no orçamento publico espanhol, devido às políticas de austeridade adotadas pelo governo desde o início da crise. “Temos um gasto social muito abaixo do que corresponde o nosso nível de riqueza”, disse Navarro. “As famílias e as crianças da Espanha estão entre as mais desfavorecidas da Europa”, acrescentou ele.

Segundo dados da Cruz Vermelha e da Save the Children, existem cerca de 2,2 milhões (27%) de crianças em situação de pobreza relativa no país. “A pobreza infantil está sendo uma das caras mais dramáticas da crise atual”, assegurou Carlos Chama, responsável por programas com jovens na Cruz Vermelha.

Para o sociólogo Sebastià Sarasa, a situação se agravou porque as autoridades não adaptaram as políticas sociais ao momento de crise, de modo que suas iniciativas passaram a beneficiar quase que exclusivamente as classes médias. “Em épocas de riqueza, essa política teria sentido, mas, agora, temos que mudar e isso não está sendo feito”, disse ele citado pelo El Pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário