terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sessenta mil pessoas deixaram acampamento para fugir de violência na República Democrática do Congo 20/11/2012


Até mesmo alguns funcionários das Nações Unidas foram afetados, sendo obrigados a ir para a sede da organização em Goma

Sessenta mil pessoas fugiram para salvar suas vidas do acampamento de Kanyaruchinya, situado a 10 quilômetros de Goma, capital da província de Kivu do Norte no leste da República Democrática do Congo (RDC), assediada pelo grupo rebelde M23, informou nesta terça-feira a ONU.

"O acampamento de Kanyaruchinya foi esvaziado por seus 60.000 habitantes, que escaparam da insegurança nessa região", revelou o porta-voz em Genebra do Escritório das Nações Unidas de Ajuda Humanitária (Ocha), Jens Laerke.

Os refugiados se dispersaram e se dirigiram rumo a Ruanda, para localidades do norte e em direção à própria Goma, onde vivem um milhão de pessoas.

A gravidade da situação, que inclusive repercute na vizinha província de Kivu do Sul, levou os funcionários das agências humanitárias da ONU a se refugiar na sede principal desta organização em Goma, segundo confirmou em Genebra a porta-voz Elisabeth Byrs. Ela disse que cerca de cem voluntários estão nesse recinto, de onde escutam tiros, embora em nenhum momento tenham sido alvo de ataques diretos.

Segundo a Ocha, a violência levou em qualquer caso à "suspensão ou redução" temporária das atividades humanitárias, o que tem como consequência que "milhares de pessoas vulneráveis não estão recebendo a ajuda que precisam urgentemente".

Por outro lado, a ONU alertou do sério risco de um rápido aumento de casos de cólera - doença que estava presente no acampamento agora abandonado - devido aos movimentos de população.

Os combates entre as forças congolesas e os rebeldes do M23 aumentaram há uma semana nas regiões de Kivu do Norte e Kivu do Sul, fronteiriças com Ruanda, país ao qual se acusa - como a Uganda - de apoiar o grupo armado insurgente.

Além do M23, em Kivu do Sul surgiram outros grupos armados, o que elevou igualmente a violência para essa região, da qual fugiram 339 mil pessoas desde abril passado. Em Kivu do Norte o número de deslocados chega a, pelo menos, 250 mil desde então.

Neste ano, os confrontos armados provocaram o deslocamento forçado de um total de 650 mil pessoas, dos quais 40 mil fugiram para Uganda, 15 mil para Ruanda e cerca de 1.000 para o Burundi.

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