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Petrobrás constrói gasodutos para escoar o gás natural
produzido no pré-sal, a quilômetros da costa. A HRT descobriu o que pode
vir a
ser o maior poço produtor de gás em terra, em plena Floresta Amazônica. A
OGX
começa a produzir gás no interior do Maranhão no início de 2013. E, além
de os
investimentos em gás natural ganharem força, o Brasil começa a perfurar
suas
reservas de gás não convencional, pelas mãos da Petra, em Minas
Gerais.Esse é o potencial de um Brasil cheio de gás, capaz de levar
desenvolvimento ao interior do País, atraindo indústrias e gerando
empregos. O
Ministério de Minas e Energia acredita que esses investimentos podem
levar o
País à autossuficiência em cinco anos, com produção em torno de 170 milhões de metros cúbicos por dia.
Hoje, segundo a Petrobrás, principal produtora do País, a oferta é de 71 milhões
de metros cúbicos por dia."O gás não convencional e o
gás natural do pré-sal são hoje as novas fronteiras do setor. Mas há muitos
desafios, como o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração em águas
ultraprofundas e o fraturamento das rochas, para o gás não convencional",
diz Sylvie D'Apote, sócia e diretora da consultoria Gas Energy.Só com o pré-sal, a Agência
Nacional do Petróleo (ANP) estima que a produção nacional crescerá entre 100
milhões e 120 milhões de metros cúbicos por dia em dez anos, com 21 novas
plataformas em operação.Para o gás não convencional, não é
possível fazer uma estimativa, pois as poucas empresas do setor, como Petra e
Orteng, ambas em Minas Gerais, na Bacia de São Francisco, estão em fase
exploratória. Segundo a ANP, o gás não convencional no Brasil tem indicação de
potencial de reservas de até 5,7 trilhões de m³ em apenas três bacias, como
Parecis (no Centro-Oeste), Parnaíba (Nordeste) e Recôncavo (Bahia). Mas há
indícios em outros locais, como São Francisco e Paraná (Sul).Reservas. Ao todo, seriam 17 trilhões de metros cúbicos, diz a
Gas Energy. Acredita-se que a reserva de gás não convencional do Brasil seja a
quarta ou quinta maior do mundo. Para efeito de comparação, a
reserva de gás natural do Brasil é estimada em 450 bilhões de metros cúbicos."É a era de ouro do gás. Pode haver um desenvolvimento no
interior do País. O gás não convencional pode colocar o Brasil no mesmo patamar
dos EUA, que vivem uma revolução energética, com aumento da produção e queda no
preço, mas é preciso preparar a indústria de apoio para isso, pois são
necessários equipamentos especiais", afirma Roberto Fernandes, professor
da UERJ.Mas a Petrobrás não prevê excesso
de gás no País até 2020. O Brasil ainda importa 30 milhões de metros cúbicos
por dia da Bolívia. A estatal diz que o desenvolvimento de tecnologias para
explorar o gás não convencional requer investimentos pesados e tempo. Mas
admite que participará desse desenvolvimento.Enquanto isso, a Petrobrás
destinará US$ 13,5 bilhões para o setor de gás e energia nos próximos cinco
anos. A empresa pretende usar esse gás na produção de fertilizantes e na
expansão da capacidade da geração de energia elétrica, por meio de
termelétricas. E ainda vai construir uma usina de liquefação de gás.Investimento. Gerar energia
elétrica do gás também é a aposta da OGX, controlada pela EBX, do empresário
Eike Batista. A empresa, que investiu US$ 225 milhões na Bacia do Parnaíba, no
Nordeste, já perfurou 31 poços. Neste trimestre, a OGX fará testes em sua
unidade de tratamento de gás, com capacidade de processamento de até 6 milhões
de metros cúbicos por dia."Esse gás vai para uma
termelétrica da MPX por um gasoduto, na qual será transformado em energia
elétrica. É o primeiro projeto integrado do País. Todos esses recursos
significam desenvolver o Estado, com a atração de indústrias para o interior do
Maranhão", afirma George Fernandes, gerente-geral do projeto da OGX.Em toda a Bacia do Parnaíba, a OGX
tem potencial de reserva de 311 bilhões de metros cúbicos. Desse total, 45% são
de gás não convencional. "Vamos começar com o gás convencional. O não
convencional é uma oportunidade a médio e longo prazos", diz Fernandes.Já a Petra, dona de blocos na
Bacia de São Francisco, aposta no gás não convencional. A companhia deve
começar a fraturar esses poços até junho de 2013. O gás está em rochas pouco
permeáveis (ou fechadas). É preciso fraturar essa rocha com um fluido a base de
água para liberar o gás. Segundo a empresa, esse gás pode ser usado em
termelétricas e usinas de fertilizantes.
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