Forças
israelenses dispararam contra a Síria neste domingo como uma advertência após
os confrontos entre tropas sírias e rebeldes nas Colinas de Golã, na fronteira
entre os dois países, atualmente ocupada por Israel. O incidente, descrito pela
rádio militar de Israel como o primeiro confronto militar direto da Síria em
Golã desde a guerra de 1973, expõe o medo internacional de que a guerra civil
síria inflame um conflito regional mais amplo. Uma fonte da segurança
israelense disse que os militares dispararam morteiros na direção de uma equipe
do exército sírio que tinha lançado uma granada que ultrapassou a barreira das
Colinas de Golã, explodindo perto de um assentamento judaico, sem causar
vítimas. Em um comunicado, o exército israelense disse que os soldados haviam
"dado tiros de advertência para as áreas da Síria".De acordo com o
pronunciamento, "a Força de Defesa Israelense fez uma reclamação através
das forças da ONU que trabalham na região dizendo que não vai tolerar agressões
da Síria e vai responder de forma severa". Não houve comentários imediatos
por parte dos observadores da ONU que patrulham a área.O aumento da violência deste
mês, da Síria para as Colinas de Golã, tem inflado os israelenses, que temem
que a frente uma vez tranquila adicione ameaças ao estado judeu por parte dos
militantes islâmicos nos vizinhos Líbano, Gaza e Sinai. Houve preocupações
semelhantes na Turquia, Jordânia e Líbano sobre incidentes em suas próprias
fronteiras com a Síria, onde as forças leais ao presidente Bashar al-Assad têm
lutado contra rebeldes durante 19 meses.Entrevistado pela rádio
militar de Israel neste domingo, o ministro da Defesa, Ehud Barak, foi
perguntado sobre as advertências públicas que ele e outras autoridades fizeram
a Assad semana passada, a respeito de rebeldes nas Colinas de Golã.A mensagem certamente foi
retransmitida. Dizer que nenhuma outra granada será detonada? Não posso. Se
for, responderemos - disse Barak.O primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu, que falou antes deste episódio, disse que Israel estava
"seguindo de perto o que estava acontecendo na fronteira com a
Síria".Israel ocupou as Colinas de
Golã durante a guerra do Oriente Médio em 1967 e o anexou em 1981, um movimento
não reconhecido internacionalmente. Em todas as negociações de paz anteriores
com Israel, a Síria tem insistido sobre o retorno do Golã. Os dois países
assinaram um acordo de retirada, em 1974, um ano após outro conflito
árabe-israelense e, embora eles ainda estejam tecnicamente em guerra, o Golã
está tranquilo desde então.Também neste domingo, Israel
informou estar preparado para expandir os ataques sobre a Faixa de Gaza após um
aumento no lançamento de foguetes e morteiros do Hamas e outras facções no
enclave palestino. Um ataque com mísseis feriu quatro soldados israelenses que
faziam patrulha em um jipe ao longo da fronteira de Gaza no sábado, provocando
um tiroteio que matou cinco civis palestinos, seguido por dezenas de
lançamentos de foguetes de curto alcance desde Gaza, que paralisaram as cidades
na fronteira ao sul de Israel. Dois militantes de Gaza morreram nos ataques
aéreos israelenses que se seguiram.O mundo precisa entender que
Israel não vai ficar sentado com os braços cruzados diante de tentativas de nos
ferir. E estamos preparados para endurecer a resposta - disse Netanyahu a seu
gabinete, em declarações transmitidas por emissoras israelenses.Depois de não participar
abertamente no combate de sábado, que incluiu o disparo de dezenas de foguetes
de curto alcance e morteiros palestinos, o Hamas divulgou um comunicado em
conjunto com outras cinco facções reivindicando a responsabilidade pelos
ataques de domingo. Embora hostil ao Estado judeu, o islamista Hamas no passado
evitou tais confrontos enquanto tenta consolidar seu governo em Gaza e
convencer os novos governantes do Egito de que pode ser uma fonte
estabilizadora.
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