domingo, 11 de novembro de 2012

Parlamento grego faz povo sofrer com corte social bilionário no orçamento 11/11/2012

Com voto de deputados "rebeldes", parlamento grego aprova cortes no orçamento de 2013

Representantes da coalizão governista que haviam se recusado a aprovar o programa de austeridade voltaram a compor a bancada

Os parlamentares gregos aprovaram na noite deste domingo (11/11) o orçamento nacional do próximo ano, que prevê corte de 9,5 bilhões de euros nos gastos públicos. Os deputados rebeldes da coalizão do primeiro-ministro Antonis Samaras, que haviam se recusado a aprovar o programa de austeridade do governo na quarta-feira (07/11), mudaram de posicionamento e seguiram o tom de seus partidos.

Com a volta de representantes do partido Nova Democracia e do PASOK à bancada governista, o plano para 2013 foi aprovado com 167 votos contra 128 da oposição. Dois deputados da Esquerda Democrática que compunham as fileiras de Samaras, no entanto, mantiveram oposição aos profundos recortes no orçamento.

“A Grécia vai sair deste pesadelo. Nós vamos sair unidos ou não vamos sair de maneira alguma”, disse o premiê momentos antes da votação, referindo-se a permanência do país na zona do euro. Samaras ainda acrescentou que a coalizão dos três partidos vai conseguir tirar a Grécia da crise e acusou a oposição do Syriza de tentar dividir o parlamento.

Em resposta, Alexis Tsipiras, dirigente do Syriza, disse que nenhuma das metas do orçamento do próximo ano será atingida por conta da forte recessão econômica que toma conta do país. “Você concorda com tudo que os credores exigem”, disse ele que chamou a Grécia de “colônia de dívidas” da Alemanha.

Em uma das sessões mais tensas desde o início da crise econômica, o governo de Samaras conseguiu aprovar na quarta-feira (07/11) um novo plano de austeridade do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em troca de empréstimo de 31,5 bilhões de euros (cerca de R$ 81,9 bilhões), as autoridades gregas terão que realizar cortes no orçamento e diversas reformas. Cortes em aposentadorias e salários, cortes no Judiciário e mudanças na Constituição grega para facilitar o pagamento da dívida estão entre as medidas previstas pelo plano.

A Grécia vive uma profunda crise social, com desemprego acima dos 25% - e extrapolando os 50% entre jovens de 18 a 25 anos. O pessimismo atinge 100% da população, segundo estudo recente da União Europeia, e casos de violência contra imigrantes são cada vez mais comuns. Pesquisa do instituto Public Issue informa que apenas 5% dos gregos acreditam que suas finanças pessoais vão melhorar e somente 11% estão satisfeitos com a democracia no país.

Neste domingo (11/11), milhares de pessoas tomaram conta das ruas de Atenas contra a aprovação do orçamento. Os manifestantes permaneceram em frente à sede parlamentar, aonde gritaram “Abaixo o governo, fora a troika” e “FMI, fora daqui!”.

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