De Pravda
Um livro polêmico do estudioso Arvind Subramanian, da Peterson
Institute for International Economics chamado "Eclipse: Living in the
Shadow of China's Economic Dominance," que comenta sobre o domínio
econômico da China, analisa as medições do PIB de acordo com índice de
paridade de poder de compra (PPP) que de acordo com a média do domínio
econômico, ou seja, a média ponderada dos países no PIB mundial, no
comércio e nas exportações líquidas de capital, através deste conceito a
China deve ultrapassar os EUA em 2012, apesar de no conjunto total da
economia isto ocorrerá somente entre 2020 a 2030. Isto faz lembrar-me do
caso do Brasil em que analistas internacionais comentavam que seria a
6ª economia mundial somente em 2037, o país é desde dezembro de 2011. Em
termo de comércio, riqueza e finanças, não há dúvida da potencialidade
da China que ocupa um lugar de destaque no cenário internacional e com
maior reserva cambial do mundo, financiando ações em todos os
continentes.
De acordo com o livro de Jim O'Neill, "The Growth Map - Economic
Opportunity in The BRICs and Beyond", diz que o mapa do crescimento está
no BRICs - Brasil, Rússia, Índia, China, a sigla inicial que a 10 anos
atrás comportava estes 4 países, agora acrescentou S da África do Sul,
no livro prevê o desenvolvimento destas 5 nações além do México e outros
países da África. Os BRICS cresceram em 10 anos de US$ 3 trilhões para o
total de US$ 13,6 trilhões, segundo Jim O'Neill, muito acima de suas
expectativas iniciais.
Se analisarmos o Paper 99 de 1996, do Goldman Sachs, estudos
econômicos até 2050, ele previa que o Brasil ultrapassaria o Reino Unido
em 2036, o que ocorreu em 2011, neste estudo os EUA seriam
ultrapassados pela China em 2045 e na atual conjuntura isto ocorrerá por
volta entre 2019 a 2022. O Brasil cresce no efeito China com suas
commodities, podendo ser beneficiado também a Rússia. Os BRICS são
complementares em suas ações o que é um incentivo maior para o
crescimento destes países. De acordo com este estudo o PIB será
proporcional a sua população, como o caso da China e Índia. Ao verificar
o Paper 204 do Goldman Sachs, as comparações de 2010 e as projeções
para 2030 são:
Posição PIB
País
PIB 2010 *
País
PIB 2030**
1
EUA
14,614
CHINA
31,731
2
CHINA
5,633
EUA
22,920
3
JAPÃO
4,773
ÍNDIA
7,972
4
ALEMANHA
3,640
BRASIL
5,862
5
FRANÇA
2,866
JAPÃO
5,852
6
REINO UNIDO
2,582
RÚSSIA
4,730
7
ITÁLIA
2,295
ALEMANHA
4,441
8
BRASIL
1,990
FRANÇA
4,205
9
RUSSIA
1,689
REINO UNIDO
3,644
10
Canadá
1,583
MEXICO
2,991
*PIB em trilhões de dólares ** Projeções em trilhões de dólares
Segundo estudos e projeções do FMI, a China será a maior economia
mundial com 27,9% do PIB em 2050, acompanhado em 2º lugar da Índia com
12,9% do PIB mundial, os EUA serão a 3ª maior potência econômica com
10,4% do PIB, o Brasil em 4º lugar com 4,5% do PIB mundial e a Rússia a
5ª economia com 2,9% do PIB mundial. Ou seja, 4 dos cinco primeiros
serão dos BRICS. A arma secreta do desenvolvimento da China é a
educação, do Brasil é o efeito China, atualmente o maior destino das
exportações brasileiras (dados do IPEA). O crescimento da Rússia
vinculado às commodities e o efeito China, mas sua população está
envelhecendo e diminuindo o que influenciará a velocidade do
desenvolvimento econômico. A Índia aumentou em 45% suas exportações em
2011, começando a despertar para o novo cenário econômico mundial.
O Brasil pode tornar-se a 5ª potência mundial entre 2012 a 2014, por
vários motivos. A França é a 5ª maior potência mundial e terminou 2011
com um PIB da ordem de US$ 2,8 trilhões contra US$ 2,4 trilhões do
Brasil.
Apesar de todas as projeções e estudos destas instituições, ressalto
que existem variáveis que afetarão o desenvolvimento das nações. O mundo
passará por transformações radicais, como os reflexos dos efeitos
climáticos, ambientais como a falta de água, da produção de alimentos,
do manejo das reservas florestas existentes, além do efeito tecnologia e
conhecimento. Práticas de sustentabilidade e economia verde, atrelados à
tecnologia inovadora mudarão a realidade. Neste contexto, na questão
tecnologia pode ajudar o Brasil, os EUA, a Alemanha e a Índia, já as
commodities que são moedas de troca favorecem a Rússia e o Brasil.
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