quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Com Temer, Minha Casa, Minha Vida abandona população mais pobre 09/02/2017


   
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, denuncia ao Portal Vermelho a negligência do governo. “Temer vendeu como boa notícia a oferta da construção de 600 mil novas unidades para esse ano. Na verdade, essa é uma tentativa de transformar o MCMV em um programa de crédito imobiliário, é o desmonte do programa como agente social, pois ele beneficia uma parcela privilegiada, de classe média alta até, e retira esses investimentos em subsídios para a faixa 1, que é 84% do deficit habitacional brasileiro, caracterizando-o como balcão imobiliário”, denuncia.

A resposta será na rua

Boulos alerta que as ações do governo terão como resposta uma contraofensiva dos movimentos sociais: “O MTST tem uma agenda nacional de mobilizações e lutas programadas para a semana que vem, pois, se essa situação se consolida, o impacto será o agravamento da crise urbana. Por conta do desemprego, muitos já não conseguem mais pagar o aluguel, se não houver nenhuma perspectiva de atendimento dos programas habitacionais pelo poder público, isso vai gerar um aumento significativo das ocupações”, alerta.

Conam rechaça fim das políticas sociais habitacionais

A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), em nota, denuncia a estratégia do governo para retirar o acesso à habitação de quem mais precisa.

Confira abaixo um trecho do comunicado:

Antes, de cada 10 moradias que o governo apoiava 6 eram para quem ganhasse até R$ 1.800,00 e 4 para as demais faixas de renda. Agora, de cada 10 moradias, 3 serão para os mais pobres e 7 para a classe média e os ricos.

Foi anunciado um pacotão pró mercado imobiliário que tende a aumentar o preço da terra, a elitizar ainda mais a construção de novas moradias por empresas privadas.

E, por que tanta alegria na cobertura da mídia? Porque eles precisam passar a impressão de que o governo está trabalhando. Que o golpe valeu a pena. Que daqui pra frente, novos empregos serão gerados e tudo vai melhorar. Mas, com medidas como essas, a única coisa que vai acontecer é o aumento da desigualdade e da exclusão nas periferias.

E o Minha Casa Minha Vida dos mais pobres? Para esta faixa não foi anunciado nada de novo. Os programas Minha Casa Minha Vida Entidades e Minha Casa Minha Vida Rural terão apenas 35 mil unidades cada. Hoje há mais de 300 mil unidades em análise aguardando contratação. Ou seja, os pobres que esperem.

Desmonte completo

Além de negar o acesso do MCMV aos mais pobres, o número de moradias que serão construídas passou de 750 mil por ano para 610 mil. Ou seja, foi reduzido em 20%.

Enquanto a miséria e o desemprego aumentam, mais pessoas são despejadas nas ruas, todos os dias. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o número de moradores de rua na cidade de São Paulo quase dobrou nos últimos 15 anos. O governo Temer segue ignorando números devastadores e beneficiando uma pequena e abastada parcela da população.


Do Portal Vermelho 

http://www.vermelho.org.br/noticia/293080-1

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